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Cancro hereditário: Sabia que só 20% a 30% dos portadores de mutação estão identificados?

A LisbonPH, associação composta por estudantes universitários, procura, ao longo deste mês, informar e sensibilizar a população portuguesa acerca do cancro hereditário

A LisbonPH - uma associação sem fins lucrativos, constituída e gerida única e exclusivamente por estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa - procura ao longo deste mês, em parceria com a EVITA (Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário), informar e sensibilizar a população para o cancro hereditário, patologia esta que, devido à falta de rastreio frequente, parece ser mais rara do que efetivamente é. A campanha está disponível aqui.

A iniciativa baseia-se na divulgação de posts e vídeos informativos, nas redes sociais da LisbonPH e nas plataformas dos media partners, assim como na criação de um separador especializado no website da LisbonPH, repleto de informação pertinente como os dados sobre o cancro hereditário e locais onde é possível efetuar testes de rastreio, por exemplo, procurando responder a qualquer questão que possa surgir sobre a doença.

"Sensibilizar é procurar uma predisposição da população para uma mudança de atitudes. Mudar atitudes requer alertar e educar para a saúde, apresentando assim os meios da mudança que conduzem a ações mais consciencializadas e ao comportamento mais adequado para este tipo de situação", explica a associação.

Em cerca de 10% dos casos, o cancro surge no contexto de uma síndrome de predisposição para cancro familiar. Assim, com o intuito de criar uma sociedade mais informada e consciente, a melhor forma de o combater é estar informado e promover a prevenção e o diagnóstico precoce - de recordar que o cancro hereditário é o tipo de cancro que tem o maior potencial preventivo.

"Uma população mais informada sabe lidar de uma maneira mais adequada com futuros desafios, com uma mentalidade ponderada e racional, sem saltar para falsas conclusões", explicam os representantes da LisbonPH. O objetivo da campanha está bem delineado: "ambicionamos dar as ferramentas fundamentais para que um possível portador de mutação nos genes determinantes de doença oncológica saiba como agir de modo a proteger-se não só a si como também aos seus familiares".

Estou em risco de ter cancro hereditário?

Existem uma série de fatores de risco que sugerem a existência de síndrome de cancro hereditário, como por exemplo:

- Cancro em 2 ou mais membros da mesma família;

- Idade prematura de diagnóstico;

- Tumores primários múltiplos;

- Cancros bilaterais, quando o órgão afetado é par ou duplo (por exemplo, a mama);

- Presença de vários cancros no mesmo paciente;

- Constelação de tumores e de outras anormalidades benignas e/ou compatíveis com uma síndrome de cancro específico (por exemplo: mama e ovário);

- Transmissão vertical da doença (de uma geração à seguinte – probabilidade de 50% de transmitir a mutação familiar à descendência).

O diagnóstico precoce é imperativo para quem corre o risco de receber esta desagradável herança. Se cumpre com alguns dos critérios mencionados, fale com o seu médico ou entre em contacto com a Associação EVITA ou com a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A campanha de sensibilização disponibiliza, também, um questionário que se destina a possíveis portadores da mutação relacionada com cancro hereditário. Todos os dados serão enviados para a EVITA.

"Questões que surgem, como por exemplo, Serei portador de uma mutação que predispõe para o cancro hereditário?, Terei predisposição para o cancro? ou mesmo o facto de já existirem vários casos de cancro na família, são razões suficientes para procurar ajuda", asseguram os membros da associação.

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