"Há doentes com receio de se dirigirem ao hospital, fruto de muita desinformação, mas esse receio é injustificado"
José Luis Fougo, coordenador do Centro de Mama do Centro Hospitalar Universitário São João, explica como tem sido gerir este serviço. "O nosso centro continua e continuará disponível para receber, diagnosticar e tratar doentes com cancro da mama", garante

José Fernandes
Desde março que o país vive uma nova realidade, realidade esta que se estende a vários pontos do globo, imposta pela covid-19. Escolas e serviços públicos fecharam, hospitais tiveram que se reinventar. É certo que pandemia trouxe consigo a obrigatoriedade de adaptação, por parte de todos, a um novo e inédito cenário, mas já há indícios de que as consequências das medidas tomadas poderão ser significativas.
Em Portugal, o número de mortes aumentou consideravelmente - sem contar com os óbitos causados pela covid-19 - nos últimos meses, comparativamente a outros anos. Estarão os cidadãos a descuidar as suas idas aos hospitais e centros médicos por medo a ficarem infetados pelo novo coronavírus? Os especialistas acreditam que sim.
José Luis Fougo, Coordenador do Centro de Mama do Centro Hospitalar Universitário São João, garante que "há doentes com receio de se dirigirem ao Hospital, fruto de muita desinformação que circula por aí, mas esse receio é injustificado. Os hospitais têm circuitos separados para os doentes oncológicos e, estes, são submetidos a um processo de triagem antes de acederem ao Hospital de Dia Oncológico", explica o especialista.
O Centro de Mama do Centro Hospitalar Universitário São João, por exemplo, nunca fechou portas. Recebe, por ano, cerca de 400 novos doentes oncológicos e José Fougo diz que o centro "continua e continuará disponível para receber, diagnosticar e tratar doentes com cancro da mama com segurança e qualidade e tempos de espera para consulta e para as cirurgias abaixo da média".
Mesmo sem interrupções, este local, tal como muitos outros no país, teve que limitar a sua atividade. "A gestão do Centro de Mama, nas últimas semanas, tem sido muito diferente da rotina habitual, atendendo à preocupação em proteger os utentes e os profissionais", explica José Fougo. Desde a segunda semana de março que recebem apenas situações urgentes, quer para diagnóstico quer para tratamento, e implementaram a telemedicina, sempre que adequado. Os tratamentos das doenças oncológicas receberam, também, adaptações de forma a reduzir o risco de complicações e a minimizar a ida dos doentes ao hospital, assim como reduzir os tempos de internamento. "Esta semana iniciámos um projecto de cirurgia de ambulatório para as nossas doentes oncológicas, no pólo de Valongo do nosso Centro Hospitalar", acrescenta.
"Na verdade, o que me preocupa é não saber quando podemos definir o inicio da fase pós-Covid-19", sublinha José Fougo. O especialista tem esperança de que, já a partir de maio, seja possível retomar gradualmente o trabalho normal, embora com a consciência de que os cuidados de proteção amplamente divulgados - uso de máscaras, higiene exaustiva das mãos e das superfícies mais utilizadas, e distanciamento - se irão manter.
As pessoas devem continuar a procurar os seus médicos assistentes se tiverem sinais ou sintomas que os preocupem"
Em jeito de conclusão, o coordenador do Centro de Mama do Centro Hospitalar Universitário São João deixa uma mensagem final: "Devemos ter consciência de que, nesta fase, continuarão a surgir outros problemas de saúde, incluindo doenças oncológicas. Nesse sentido, as pessoas devem continuar a procurar os seus médicos assistentes se tiverem sinais ou sintomas que os preocupem".
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