Como é que o aquecimento global é afetado pelos 10% mais ricos do mundo?
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A investigação, publicada na revista Nature Climate Change e citado na quarta-feira pela agência Efe, avaliou até que ponto os diferentes grupos e sociedades contribuem para as emissões e revelou que o 1% mais rico do mundo contribuiu 26 vezes mais do que a média global para o aumento dos extremos de temperatura global e 17 vezes mais para as secas na Amazónia.


O trabalho, conduzido pela ETH Zurich (Suíça), mostra a relação entre a desigualdade de emissões baseada no rendimento e a injustiça climática, revelando que o consumo e os investimentos dos ricos tiveram e continuam a ter um impacto desproporcional nos eventos climáticos extremos.


Estes efeitos são "especialmente graves em regiões tropicais vulneráveis, como a Amazónia, o Sudeste Asiático e o Sul de África", que historicamente têm contribuído menos para as emissões globais.


O estudo mostra que os impactos climáticos extremos não são apenas o resultado de emissões globais abstratas, mas "podem estar diretamente ligados a estilos de vida e escolhas de investimento, que por sua vez estão ligados à riqueza", sublinhou Sarah Schöngart, investigadora da ETH Zurique e principal autora do estudo.