Dificuldades económicas levam pessoas a deixar de comer para alimentar animais
PAÍS
O agravar das dificuldades económicas tem levado donos de animais a deixar de comer para poderem alimentar os seus cães ou gatos, que veem como família e são, muitas vezes, a única companhia para combater a solidão.


Consciente do fenómeno, Marvila decidiu integrar a lista de parceiros da Animalife, uma associação sem fins lucrativos que apoia pessoas carenciadas para que não abandonem os seus bichos. O apoio pode ir desde ração a consultas veterinárias gratuitas mas também passear com os animais, quando os donos têm dificuldades de mobilidade.
"Se não tivesse a ajuda a Animalife e de pessoas amigas era impossível. As despesas são certas, a reforma é pequena. No banco, a gente nunca sabe o que nos cai cada mês. Esse mês é um valor, para o mês que vem é outro, basta a gente atrasar-se um dia e já está a pagar juros, portanto é muito difícil. Mas eu não me desfaço deles, porque para mim são família. A gente também não dá à nossa família. Quando tem um problema, não pega num filho, não pega numa mãe, e não os descarta", garantiu a mulher que tenta viver com pouco mais de 100 euros.


A assistente social lembrou ainda que muitos dos utentes são idosos com animais também já envelhecidos e que esta ligação é essencial "no combate ao isolamento e à solidão".

Por isso, a Animalife tem também um serviço em que vai a casa das pessoas para proceder a atos veterinários mas também para dar apoio social e até, se for preciso, passear os animais.
As famílias selecionadas recebem também um cartão eletrónico, que foi criado pela Animalife em parceria com a Sonae, que é carregado todos os meses com um valor que varia consoante o número de animais, para que possam comprar comida para os seus bichos. Este ano, foram entregues mais de 55 mil euros, adiantou o responsável da AnimalLife, Rodrigo Livreiro.


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