Equipa do Hospital de São João desenvolve ferramenta de deteção
do cancro do pulmão através de
Inteligência Artificial
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Dizem que a inteligência artificial vai
roubar empregos, mas no Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), no Porto,
prova-se precisamente o contrário.
Um empresário, um informático, um patologista, um pneumologista e uma radiologista juntam-se
à mesa, há quase um ano, para desenvolver uma ferramenta de deteção do cancro do pulmão.
“O que nós vamos ganhar com este algoritmo é uma maior precisão e acuidade nesta nossa precisão que já é feita no dia a dia”, explica a radiologista Ana Catarina Silva.
Para ‘treinar’ a IA é preciso ‘alimentar’ o algoritmo que a sustenta com uma grande quantidade de dados. Neste caso, as características de um nódulo

- onde está, que aspeto tem, se tem calcificações - e também o perfil do doente - se é fumador, se pratica exercício físico, etc.

O algoritmo começou a ser preparado em meados de 2023. Numa primeira fase foram utilizados
dados genéricos, mas desde o início de 2024 está
a receber informações específicas recolhidas junto
de pacientes com suspeitas de cancro no pulmão.
Com base nos exemplos de todos os dados,
a ferramenta de AI é depois capaz de avaliar a probabilidade de um determinado nódulo ser,
ou não, cancro apenas com uma TAC.

Por enquanto, tem de ser a biopsia a dar uma resposta final, mas já é uma ajuda, destaca
José Carlos Machado, do Instituto de Patologia
e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

“A ideia é, numa fase em que o médico tem dúvidas sobre uma interpretação, sobre o que
é um nódulo pulmonar - se aquilo é maligno, se
é benigno - nós procurámos, no fundo, identificar um conjunto de características que ajude o médico a decidir melhor.”
Para o investigador Venceslau Hespanhol, seria “atingir uma espécie de sonho”. “A evolução da ciência tem permitido criar expectativas, e isto é uma expectativa que vem muito ao encontro de uma ajuda que nós necessitamos muito”.
O projeto é financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e prevê
o investimento de três milhões de euros
num período de três anos.
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