Interrupções voluntárias
da gravidez aumentam pelo segundo ano consecutivo
PAÍS
O número de interrupções voluntárias da gravidez (IVG) aumentou pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Relatório de Análise dos Registos da Interrupção Voluntária da Gravidez de 2023.


O aumento verificado no ano passado, acrescenta o relatório, "foi transversal à maioria das regiões do país", com exceção para a região de Lisboa e Vale do Tejo.


Nos restantes parâmetros de análise, o relatório mostra que a interrupção da gravidez por opção da mulher nas primeiras 10 semanas de gravidez se mantém como o principal motivo em todas as idades, representando 96,7% do total. Já 2,8% das interrupções de gravidez deveram-se a doença grave ou malformação congénita do nascituro.

Em relação às idades em que são feitas as interrupções da gravidez, a DGS revela que "o grupo etário que registou maior número absoluto continuou a ser o dos 20-24 anos de idade". A seguir surgem mulheres com idades entre os 25 e os 29 anos e 8,4% das IVG foram realizadas por mulheres com menos de 20 anos.
O Serviço Nacional de Saúde continua a ser o setor que realiza mais IVG nas primeiras 10 semanas de gestação, representando 65,5%, e o procedimento mais utilizado nestas unidades hospitalares continua a ser o medicamentoso (98,7%).

Já no setor privado, o método mais utilizado continua a ser o cirúrgico (81,5%), mas verificou-se uma diminuição deste procedimento em relação ao ano passado.
Ainda em relação aos locais onde são feitas as IVG, o relatório da DGS revela que "a maioria das grávidas recorreu por iniciativa própria a uma unidade pública (63,2%)", mas aumentou o número de referenciação dos hospitais públicos para o setor privado.
Cerca de 90% das mulheres que realizaram IVG "escolheram, posteriormente, um método contracetivo", sendo que a escolha por um
método de longa duração aumentou 1,1 pontos percentuais em relação ao ano de 2022.