Prelúdio do famoso ato final de uma estrela massiva: uma supernova

O telescópio espacial James Webb captou a fase rara e fugaz de uma supernova - uma estrela à beira da morte - a 15 mil anos-luz, na constelação de Sagitário, anunciaram a NASA e a ESA.

A observação de uma estrela

Wolf-Rayet – entre as estrelas mais luminosas, mais massivas e raramente detetáveis - foi uma das primeiras feitas

pelo telescópio Webb, em junho de 2022.

Os “olhos infravermelhos” do James Webb observaram com pormenores sem precedentes todo o gás e poeira lançados para o espaço pela enorme estrela WR 124 que está a

15.000 anos-luz de distância na constelação

de Sagitário.


As estrelas Wolf-Rayet estão num processo de transformação, em que as suas camadas externas são expelidas, formando os característicos halos de gás e poeira. A transformação ocorre apenas com algumas estrelas e normalmente é o último passo antes de explodirem, transformando-se em supernova, segundo os cientistas.

A estrela WR 124 tem 30 vezes a massa do Sol e já expeliu material equivalente ao de 10 sóis – até agora. À medida que o gás ejetado se afasta da estrela e arrefece, forma-se poeira cósmica que brilha na luz infravermelha do Webb.

E apesar de ser o cenário de uma "morte" estelar iminente, os astrónomos também olham para as estrelas Wolf-Rayet em busca de novos começos. A poeira cósmica que se forma nas turbulentas nebulosas que cercam estas estrelas é composta pelos elementos responsáveis pelo Universo moderno, incluindo a vida na Terra.

Projeto conjunto da NASA/ESA/CSA (agência espacial do Canadá), o telescópio espacial James Webb é o novo grande observatório de ciências espaciais para resolver os mistérios do Sistema Solar, explorar mundos distantes em redor de outras estrelas e descobrir as origens do Universo.

O seu lançamento estava previsto para março de 2021, mas a pandemia obrigou ao adiamento. Foi lançado em dezembro de 2021 e as primeiras imagens foram divulgadas a 12 de julho de 2022.

O telescópio espacial Hubble da NASA e da ESA já está há 32 anos a navegar pelo espaço e a deslumbrar-nos com o que "vê". Com mais de um milhão de observações feitas, que incluem algumas das mais longínquas e antigas galáxias, o telescópio da NASA e da ESA será talvez o aparelho que captou as imagens mais marcantes do Universo.

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