O primeiro-ministro, António Costa, considera que o plano de recuperação apresentado pela França e pela Alemanha é um bom ponto de partida.
Quanto à oposição manifestada pela Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia, antónio Costa aconselha os quatro países a seguiram o exemplo dos restantes 23, com espírito construtivo e abertura para o diálogo para se encontrar uma posição comum.
No entanto, de acordo com António Costa, em relação ao plano apresentado na segunda-feira por Merkel e Macron, subsistem vários "ses".
"Como é que esse dinheiro se distribui entre os diferentes Estados-membros? Será nos termos tradicionais dos fundos comunitários, por transferência, ou será por empréstimos, o que limitaria que muitos países possam aceder em condições de igualdade? questionou.
António Costa interrogou-se ainda "qual vai ser a chave de repartição do fundo de recuperação, se pelos critérios tradicionais da coesão, se por setores (como o turismo) ou por regiões mais afetadas" pela pandemia de covid-19?
"Este conjunto de questões é muito importante. Mas há outro aspeto fundamental, porque este fundo de recuperação tem de ser uma ambição acrescida ao Quadro de Financiamento Plurianual (QFP) da União Europeia [2021/2027], não pode implicar cortes na coesão ou no instrumento para a competitividade como embrião da capacidade orçamental da zona euro", advertiu o líder do executivo.
Alemanha e França propõem plano de 500 mil milhões de euros
A Alemanha e a França propuseram ontem o valor de 500 mil milhões de euros para a criação de um fundo de recuperação europeu para as economias afetadas pela pandemia de covid-19.
Numa declaração conjunta, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emannuel Macron, indicaram que o fundo proposto será entregue a fundo perdido às economias mais afetadas.
"Criar uma Europa da saúde deve ser a nossa prioridade", afirmou Macron, realçando que o plano de relançamento económico para a Europa destina-se a combater uma recessão de amplitude histórica no continente.