Coronavírus

Alemanha e França propõem plano de 500 mil milhões de euros para Fundo de Recuperação da UE

Para as economias afetadas pela pandemia.

Alemanha e França propõem plano de 500 mil milhões de euros para Fundo de Recuperação da UE
Francois Mori / POOL

A Alemanha e a França propuseram hoje o valor de 500 mil milhões de euros para a criação de um fundo de recuperação europeu para as economias afetadas pela pandemia de covid-19.

Numa declaração conjunta, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emannuel Macron, indicaram que o fundo proposto será entregue a fundo perdido às economias mais afetadas.

"Criar uma Europa da saúde deve ser a nossa prioridade", afirmou Macron, realçando que o plano de relançamento económico para a Europa destina-se a combater uma recessão de amplitude histórica no continente.

"Para apoiar uma retoma duradoura que restabeleça e reforce o crescimento na União Europeia, a Alemanha e a França apoiam a criação de um fundo de relançamento económico temporário e enquadrado" no projeto de orçamento da UE dotado de "500.000 milhões de euros", lê-se na declaração comum.

Nesse sentido, tanto Berlim como Paris propõem que a Comissão Europeia (CE) financie o apoio ao relançamento económico ao emprestar o dinheiro aos mercados "em nome da UE".

O dinheiro seguirá, depois, revertido em "despesas orçamentais" aos países europeus e "aos setores e regiões mais afetadas", acrescenta-se no documento.

Os financiamentos "terão como alvo as dificuldades ligadas à pandemia e sobre as respetivas repercussões", devendo ser reembolsado progressivamente em vários anos.

O fundo não será apresentado como 'eurobonds', da dívida mutualizada diretamente entre os Estados europeus, tal como a Itália o reclamou e que foi rejeitado pelos países do Norte da Europa e pela Alemanha.

No entanto, o plano, se aprovado pelos 27 países da UE, aproximar-se-á desse modelo.
O chefe de Estado francês sublinhou tratar-se de "uma grande etapa" na História europeia.

"Não serão empréstimos, mas sim dotações" diretas aos países mais afetados e, por isso, beneficiários do plano, que não terão de reembolsar as ajudas" frisou Macron.

Por seu lado, Merkel assegurou que a proposta de criação do fundo é a "resposta certa" à crise desencadeada peã pandemia, a que se seguirá uma "vasta resposta" para enfrentar as consequências a mais longo prazo, reconhecendo que há países da UE que foram mais afetados que outros.

"Tem de se fazer tudo dentro das regras orçamentais" da UE, advertiu Merkel, acrescentando que a aplicação das futuras medidas no quadro do combater às consequências da pandemia poderá requerer uma reforma dos tratados comunitários.

"Temos de agir em conjunto, de uma maneira europeia", acrescentou a chanceler alemã, que alertou para o facto de as circunstâncias atuais "podem pôr em perigo a unidade" da UE, pelo que se apela à unidade e à solidariedade da comunidade.

O objetivo, insistiu, é que, da atual crise, saia uma União Europeia "forte e unida", lembrando que o fundo hoje proposto é um "valor inicial" para, num primeiro momento, enfrentar as consequências da pandemia, uma vez que terá, depois, de ter um alcance ainda maior.

O plano de relançamento económico terá de se ajustar ao programa de emergência de combate à pandemia já aprovado pelos ministros das Finanças da Zona Euro.

Presidente da Comissão Europeia saudou a "proposta construtiva"

Entretanto, em Bruxelas, a Comissão Europeia já se regozijou com a proposta franco-alemã.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a "proposta construtiva" da Alemanha e França para o fundo de recuperação europeu, de 500 mil milhões de euros, notando que a sua proposta vai no mesmo sentido.

"Congratulo-me com a proposta construtiva apresentada pela França e pela Alemanha. Reconhece o alcance e a dimensão do desafio económico que a Europa enfrenta, colocando, com razão, a tónica na necessidade de trabalhar numa solução com o orçamento europeu no seu cerne", refere a líder do executivo comunitário em comunicado.

Mais de 315 mil mortos e mais de 4,7 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 315.270 pessoas e infetou mais de 4,7 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 315.270 pessoas e há mais de 4.727.220 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

Entre esses casos, pelo menos 1.700.000 foram considerados curados.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 89.564 óbitos em 1.486.742 casos Pelo menos 272.265 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 34.636 mortes para 243.303 casos, Itália com 31.908 mortes (225.435 casos), França com 28.108 mortes (179.569 casos) e Espanha com 27.650 óbitos (231.350 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.954 casos (sete novos entre domingo e hoje), incluindo 4.634 mortes e 78.238 curados.

A Europa totalizou 166.836 mortes para 1.901.173 casos, Estados Unidos e Canadá 95.451 mortes (1.563.744 casos), América Latina e Caraíbas 29.493 mortes (524.050 casos), Ásia 12.394 mortes (362.543 casos), Médio Oriente 8.204 mortes (282.288 casos), África 2.765 mortes (85.028 casos) e Oceânia 127 mortes (8.402 casos).

Dois meses depois, há países europeus a viver o primeiro dia de desconfinamento

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Mais 13 mortos e 173 casos em Portugal. Número recorde de recuperados da Covid-19 em 24 horas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de 1.231 mortes e 29.209 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.218 para 1.231, mais 13, enquanto o número de infetados aumentou de 29.036 para 29.209, mais 173, o que representa um aumento de 0,59%.

O número de casos recuperados subiu de 4.636 para 6.430, mais 1.794, o maior número de recuperados em 24 horas desde o início da pandemia.

Há 628 doentes internados, menos 21 em relação a ontem. 105 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três face a domingo.