Coronavírus

Líderes do centro-esquerda do Brasil exigem renúncia de Bolsonaro

Afirmam que Bolsonaro é "incapaz" de enfrentar a crise provocada pela Covid-19.

Líderes do centro-esquerda do Brasil exigem renúncia de Bolsonaro
JOEDSON ALVES / EPA

Três ex-candidatos à presidência, um governador e líderes de seis partidos de centro-esquerda do Brasil pediram hoje a renúncia do Presidente, Jair Bolsonaro, a quem consideram "incapaz" de enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus.

O pedido consta de uma carta manifesto divulgada nos 'media' locais na qual os líderes da oposição afirmam que o chefe de Estado "não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia".

" [Bolsonaro] comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um Presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários", lê-se no documento.

A carta é assinada pelos ex-candidatos à Presidência do Brasil em 2018, Ciro Gomes, Fernando Haddad e Guilherme Boulos, bem como pelos presidentes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PCB), Partido Socialista Democrático (PCB), Partido Democrata do Trabalho (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Nesse contexto, o documento divulgado pelos líderes da oposição diz que o país precisa dar "um basta" e pedem a saída de Jair Bolsonaro.

"Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo", acusou o documento.

A carta citou atitudes controversas adotadas pelo líder brasileiro, que além de minimizar o impacto da covid-19, criticou quarentenas e medidas de prevenção adotadas pelos governos regionais e municipais, que seguiram as recomendações da Organização Mundial da Saúde Mundial (OMS).

A posição de Bolsonaro diante da crise global é ainda confrontada com a de seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defendeu publicamente medidas restritivas como os únicos métodos eficazes contra a propagação do novo coronavírus.

Embora tenham causado enorme controvérsia e tenham levado alguns parlamentares a tentarem promover um julgamento político com vistas à possível destituição do Presidente brasileiro, as atitudes de Bolsonaro não assustam toda a população.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Datafolha indicou que 35% dos brasileiro acreditam que o desempenho de Bolsonaro perante a crise é "ótimo ou bom", em comparação com 33% dos que o descrevem como "ruim ou péssimo" e 26% consideram "regular".

O número de mortos no Brasil devido ao novo coronavírus aumentou para 136 e o país registou 4.256 infetados no domingo, segundo o Ministério da Saúde.

Bolsonaro foi passear a Brasília para incentivar o regresso ao trabalho

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35 mil mortes causadas pela Covid-19 em todo o mundo

A pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 35.000 pessoas em todo o mundo, incluindo quase três quartos na Europa, desde que em dezembro apareceu na China, segundo um balanço da agência AFP, com dados de fontes oficiais dos países.

De acordo com os dados recolhidos pela agência noticiosa francesa, às 16:15 desta segunda-feira foram registadas 35.905 mortes, incluindo 26.076 na Europa, atualmente o continente mais afetado.

Com 11.591 mortes, a Itália é o país com mais mortes no mundo, seguida pela Espanha (7.340) e China (3.304), o foco inicial do contágio.

Mais de 740.000 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 183 países e territórios, incluindo pelo menos 408.203 na Europa, quase 150.000 nos Estados Unidos e Canadá (2.635 mortes entre eles) e 106.609 na Ásia (3.827 mortes).

Mais 21 mortes e 446 casos de Covid-19 em Portugal

Portugal regista hoje 140 mortes associadas à covid-19, mais 21 do que no domingo, e 6.408 infetados (mais 446), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.