Passos Coelho e Paulo Portas assumiam o Governo no começo da década e no início da crise. Seguindo o plano da troika, e com uma ameaça de demissão irrevogável pelo meio, o Executivo do PSD e do CDS ganhou o título de primeira coligação a terminar o mandato na era democrática e, logo a seguir, o mais curto Governo da história.
António Costa mostrou que não basta ganhar as eleições para governar. O acordo parlamentar do PS com o Bloco de Esquerda e o PCP abriu um novo panorama para a política portuguesa que passou a depender de negociações e apoios. Chegaram novos partidos ao Parlamento, incluindo um deputado de direita radical.
Também em Belém, as alterações foram visíveis. Aníbal Cavaco Silva exerceu a função com uma postura mais austera, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa se tornou um Presidente do povo.
Foi nesta década que, pela primeira vez, um ex-primeiro-ministro foi preso por corrupção e outro chegou a secretário-geral da ONU.
Apesar das muitas alterações do panorama político, há problemas que se mantêm: a abstenção, a falta de participação política e a baixa reivindicação da população. Para o futuro são poucas as previsões, uma vez que com um parlamento mais colorido e com Governos apoiados por acordos, todos os cenários podem estar em aberto.
António Costa Pinto, professor de ciência política, e o jornalista José Manuel Mestre recordam os pontos altos e baixos da política nacional.