A desigualdade continua a ser uma realidade em Portugal. Neste 10 anos, a voz da luta contra o racismo tornou-se mais audível, mas a igualdade continua a ser um objetivo longe de ser alcançado. Casos de violência policial como o que aconteceu na esquadra de Alfragide mancham a década no que aos direitos humanos diz respeito.
Nas redes sociais, o discurso de ódio ganhou uma nova dimensão e chegou às rua. Manifestações onde se afirmou que “Portugal não é racista” desceram pela avenida da Liberdade, em Lisboa, enquanto protestos anti-fascistas defendiam, ao mesmo tempo, um país de igualdade.
O crescimento da extrema-direita marcou os últimos 10 anos. Apareceu primeiro na Europa e chegou mais tarde a Portugal. Pela primeira vez em 45 anos de democracia, Portugal elegeu um partido com ideias de direita radical. Num jogo de espelho entre as tendências ideológicas, foram também eleitas três mulheres negras para a Assembleia da República portuguesa.
À Europa chegaram milhões de refugiados oriundos do norte de África e da região da Síria. A guerra levou-os a arriscar a vida por uma melhor hipótese, mas muitos morreram no mar Mediterrâneo. Os campos de refugiados encheram e as políticas de acolhimento ficara aquém do que era necessário.