40 Anos / 25 Abril

Vasco Lourenço diz que Governo "tem de ser apeado" 

O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco  Lourenço, defendeu hoje que é preciso apear o Governo, de preferência por  iniciativa do Presidente da República, que acusou de continuar a ser "mero  assistente passivo ou mesmo conivente". 

(Arquivo Lusa)
Jose Sena Goulao

No discurso durante a evocação a Salgueiro Maia, no Largo do Carmo,  em Lisboa, Vasco Lourenço defendeu também que é preciso "retornar às Presidências  de boa memória de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio". 

"Ou muda urgentemente de política e inverte o caminho de submissão,  austeridade e empobrecimento do país, ou este Governo tem de ser apeado  sem hesitação", declarou, numa cerimónia em que estiveram presentes Mário  Soares e Manuel Alegre. 

Para Vasco Lourenço, essa demissão do Governo deveria realizar-se "de  preferência por iniciativa do Presidente da República que continua a ser  um mero assistente passivo ou mesmo conivente, tardando em fazer uma leitura  consequente da situação que se vive em Portugal". 

A referência de Vasco Lourenço a Cavaco Silva provocou apupos entre  os milhares de pessoas concentrados no Largo do Carmo.  

Quando no início da sua intervenção o presidente da Associação 25 de  Abril fez referência à Assembleia da República e ao discurso que lá poderia  ter proferido, ouviram-se também muitos apupos. 

"Temos que ser capazes de aproveitar as armas da democracia e mostrar  aos responsáveis pelo estado a que isto chegou um cartão vermelho que os  expulse de campo. Não duvidemos que temos de ser capazes de expulsar os  vendilhões do templo", desafiou. 

O presidente da Associação 25 de Abril defendeu também que é preciso  "ultrapassar os sectarismos". 

"Temos de ter a capacidade de reconhecer o inimigo comum mesmo antes  de sermos totalmente derrotados. Vencendo o conformismo, termos de ser capazes  de resistir de novo, reconquistar as utopias, arriscar a rebeldia e renovar  a esperança", declarou. 

 

      Lusa