Arábia Saudita-Irão

Protestos contra a Arábia Saudita prosseguem em Teerão

Milhares de iranianos concentraram-se hoje nas ruas de Teerão para protestarem, pelo terceiro dia consecutivo, contra a Arábia Saudita, que executou no sábado um influente dirigente religioso xiita e que decidiu cortar as relações diplomáticas com o Irão. Cerca de três mil pessoas concentraram-se na praça Imam Hussein, na zona leste da capital iraniana, entoando frases contra a família real saudita. A escalada do clima de tensão entre Riade (maioritariamente sunita) e Teerão (maioritariamente xiita) acontece após a execução do clérigo e ativista xeque Nimr Baqer al-Nimr, crítico da atuação do regime saudita em relação à minoria xiita do reino. O clérigo xiita foi condenado à morte por "terrorismo" e executado no sábado juntamente com outros 46 condenados. (Fotos Lusa e Reuters)

A par de Riade, outros países aliados, Bahrein e o Sudão, decidiram cortar as relações diplomáticas com o Irão. Os Emirados Árabes Unidos optaram por reduzir o nível das relações diplomáticas com Teerão.

A morte de Nimr al-Nimr provocou a fúria dos xiitas em todo o Médio Oriente, desencadeando protestos em vários países.

No sábado, manifestantes atacaram a embaixada saudita em Teerão e o consulado em Mashhad, a segunda cidade do Irão, ações que foram condenadas a nível regional e internacional.

Hoje, alguns dos manifestantes criticaram a atuação do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif, defendendo que o Irão devia ter tomado a iniciativa e de ter rompido primeiro com Riade.

Outros queimaram bandeiras de Israel, um inimigo tradicional do Irão, e dos Estados Unidos, um dos principais aliados ocidentais da Arábia Saudita.

Centenas de comerciantes do Grande Bazar de Teerão encerraram as respetivas lojas e juntaram-se aos protestos contra as autoridades sauditas.