"Desde há dois anos e meio que a Arábia [Saudita] se opõe aos esforços da diplomacia iraniana e deve parar com esta tendência de criar tensões", declarou Mohammad Javad Zarif durante uma conferência de imprensa com o seu homologo iraquiano Ibrahim al-Jaafari em visita a Teerão.
De acordo com Javad Zarif, a Arábia Saudita tem ido contra os esforços iranianos e opôs-se ao acordo nuclear, em consonância com o regime sionista, referindo-se a Israel, e o acordo do Irão realizado no ano passado com as potências mundiais sobre o seu programa atómico.
"Essa tendência de criar tensão deve parar", disse Javad Zarif
A Arábia Saudita rompeu as relações diplomáticas com o Irão após os ataques no sábado à embaixada saudita em Teerão e ao consulado na cidade iraniana de Mashhad, na sequência da execução, no sábado, do clérigo xiita saudita Nimr Baqer al-Nimr.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, o Irão "nunca procurou criar tensão", afirmando que sempre adotaram uma política "de interação e diálogo", reiterando que o governo iraniano havia condenado o ataque de sábado à embaixada afirmando que "nada o justificava".
O clima de tensão entre o Irão (maioritariamente xiita) e o reino saudita (maioritariamente sunita) agravou-se com o corte de relações diplomáticas com o Irão pela Arábia Saudita e alguns dos seus aliados.
O acordo nuclear atingido em julho passado entre o Irão e cinco outras potências mundiais era visto como um triunfo diplomático pelos seus autores, mas foi veementemente contestado por Israel. Arábia Saudita foi também crítico do acordo.
Lusa