Barbie 55 Anos

Barbie: A passar por várias gerações há 55 anos

A Barbie faz este domingo 55 anos. Surgiu em 1959 pelas mãos da norte-americana Ruth Elliot e tornou-se num brinquedo intemporal, passando pelas várias gerações. Chegou a Portugal há 30 anos e já desenrolou muitas histórias, onde o "era uma vez" começa sempre na infância. Mariana (10 anos), Cíntia (17 anos), Joana (25 anos) e Margarida (39 anos) contam ao site da SIC Notícias o que tem esta boneca de especial.

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© Shannon Stapleton / Reuters

Mariana Ferreira, 10 anos, Lourinhã

Mariana faz 10 anos no mesmo dia em que a Barbie celebra 55. Começou por ter a Barbie Surfista quando ainda frequentava a creche. A partir daí, foi adquirindo várias bonecas, entre as quais aquela que viria a ser a sua Barbie preferida.

Mariana

“A preferida é a Barbie Bailarina, porque faz coisas que eu não consigo fazer e gosto do penteado dela”, explica Mariana.

O gosto de Mariana pelas bonecas transparece quando fala da Barbie. “Gosto muito das Barbies porque elas fazem coisas que eu não posso fazer na vida real e, assim, posso criar o meu próprio mundo e fazer aquilo que me apetece”.

O quarto, em tons de cor-de-rosa, tornou-se no local ideal para brincar com as suas bonecas e dar asas à imaginação. “Finjo que elas têm profissões e que vão às discotecas à noite. São coisas que eu queria fazer e não posso porque ainda sou um bocado pequena”, explica Mariana.

No entanto, falta-lhe uma Barbie para a “coleção”: “Quando for grande quero ser cantora. Gostava de ter uma Barbie cantora”.

Cíntia Fernandes, 17 anos, Tomar

Cíntia tem 17 anos e sempre teve um gosto especial por bonecas. "Sempre fui muito menininha ao ponto de adorar Barbies e bonecas do género", explica.

Cítia

Tinha apenas 4 anos quando desembrulhou a primeira Barbie no dia de natal. A partir daí, Cíntia já tinha resposta para dar quando lhe perguntavam que presente queria. “Dizia sempre que queria uma Barbie porque há uma grande variedade de escolha. Qualquer uma acaba por ser sempre algo novo”, conta.

A Barbie passou, assim, a estar no centro das brincadeiras de infância. “Divertia-me imenso a criar histórias entre elas, a vesti-las, a despi-las e a penteá-las. Cheguei a fazer-lhes madeixas com um batom, também fiz penteados e criei algumas roupas com pedaços de tecido”, recorda.

No entanto, os anos passaram e com eles vieram novas prioridades. Não se desfez de todas as Barbies: restam-lhe 20, guardadas especialmente num local que conserva as bonecas, as roupas e os acessórios.

“As Barbies continuam a ter um papel importante e ativo na minha vida porque, quando olho para a perfeição de cada uma destas bonecas, imagino-me sempre num mundo de fantasia que faz parte da minha infância e recordo-me daqueles momentos bons e nostálgicos, da minha inocência”, conclui.

Joana Figueiredo, 25 anos, Alverca

Joana, de 25 anos, teve o primeiro contacto com uma Barbie nos Açores, onde viveu até aos três. Lá, havia um supermercado que só vendia produtos americanos, entre eles a Barbie.

Joana

“Lembro-me de os meus pais terem Barbies guardadas e esperarem pela altura certa para mas darem e sabia disso porque ia à procura das prendas de Natal. Também me lembro de me ter caído um dente e de tê-lo colocado debaixo da almofada. Uma vez levantei a almofada e tinha lá uma Barbie”, recorda.

Das várias Barbies que tinha e que lhe enchiam a estante do quarto, restam-lhe agora seis, algumas das quais pertencem à coleção das Forças Armadas. Era o pai que, face à profissão, viajava muito e trazia-lhe as bonecas dos Estados Unidos.

A boneca preferida é a Barbie Natal por causa do vestido. “As melhores eram as que tinham vestidos compridos. Quando tinha uns cinco anos, comecei a desenhar uns bonecos com vestidos à dama antiga. Desenhava saias com muito volume e com franzidos, por causa dos vestidos das Barbies”, revela Joana.

Joana tirou um curso que começou no fascínio pelos vestidos da boneca: “Depois de começar a desenhar os bonecos com as roupinhas, chegou aquela altura em que tinha de pensar no que é que gostava de fazer na vida. Como gostava de coordenados de moda, achei que era uma boa ideia ir para design de moda”.

Margarida Campos, 39 anos, Lourinhã

Margarida, de 39 anos, teve a primeira boneca aos dez: a Barbie Day to Night. O gosto pelas Barbies desvaneceu durante a adolescência, mas ideia de as rever falou mais alto: “Fui para a faculdade e lembrei-me de ir procurar as minhas Barbies. A minha mãe lá confessou que as tinha dado. Foi uma tristeza muito grande”.

Margarida

Quis reaver as bonecas que tinha perdido e encontrou um mundo de Barbies que desconhecia. “Como foram lançadas reproduções das Barbies que tinha, acabei por comprá-las. Depois, encontrei a Barbie Princesa do Império Português e pensei logo que tinha de ter. De repente, já tinha umas 20”.

Tem quatro vitrines repletas de Barbies no escritório da casa, mas o espaço já começa a ser demasiado pequeno para tanta boneca. Começou a colecionar Barbies há 15 anos e já chegou às 206. Ainda assim, “tenho uma lista com umas 30 de que gosto para quando tiver oportunidade”, revela Margarida.

Entre as centenas de Barbies, uma das preferidas é a Barbie Versace: “Tem um vestido de alta costura com muitos pormenorezinhos. Mas por outro lado também gosto muito da Barbie Rainha Elizabeth I de Inglaterra. Comprei-a por 450 dólares [cerca de 324 euros], mas agora valorizou [podendo ser vendida por 600 a 800 euros]. A verdade é que 500 dólares [cerca de 360 euros] por uma boneca é um pecado”, confessa Margarida.

Foi a partir do gosto pelas Barbies que surgiu a ideia de organizar um encontro nacional de colecionadores - que se realiza hoje na Quinta das Lágrimas, em Coimbra -, à semelhança de outros países. Juntamente com uma colega de faculdade, lançou o desafio de criar a Barbie Inês de Castro: “Temos nove Barbies Inês de Castro, mais as três dos estilistas Augustus, José António Tenente e Katty Xiomara”.