Boko Haram

Boko Haram reivindica rapto de mais de 200 raparigas na Nigéria em abril 

O líder do grupo extremista islâmico  Boko Haram reivindicou hoje o sequestro de mais de 200 raparigas em abril  no nordeste da Nigéria e disse que elas vão ser tratadas como "escravas",  "vendidas" e "casadas" à força. 

O líder do grupo extremista islâmico Boko Haram reivindicou o sequestro de mais de 200 raparigas em abril  no nordeste da Nigéria e disse que vão ser tratadas como "escravas",  "vendidas" e "casadas" à força. 
© Afolabi Sotunde / Reuters

"Raptei as vossas raparigas. Vou vendê-las no mercado, por Alá", afirmou  Abubakar Shekau, num vídeo de 57 minutos obtido pela agência France Presse.

Duzentas e setenta e seis raparigas adolescentes foram raptadas a 14  de abril da escola que frequentavam em Chibok (nordeste), no estado de Borno.  Segundo a polícia, 53 raparigas conseguiram fugir, mas 223 continuam sequestradas.

No vídeo, Shekau diz "manter as pessoas como escravas" e afirma que  raptou as raparigas porque "a educação ocidental deve acabar" e as raparigas  "devem abandonar" a escola e "ser casadas". 

O líder do grupo extremista surge nas imagens em uniforme de combate,  em frente de um veículo blindado e junto de duas camionetas com metralhadoras.  Junto de Sekau veem-se seis homens armados com as caras tapadas. 

Nos primeiros 15 minutos do vídeo, Sekau critica a democracia, a educação  ocidental e os esforços para que muçulmanos e cristãos vivam em paz. 

"Raptei uma rapariga de uma escola de educação ocidental e vocês ficam  indignados. Digo que a educação ocidental tem de acabar: Raparigas, saiam  (da escola) e casem-se", afirma. 

A Nigéria, o país mais populoso de África com cerca de 160 milhões de  habitantes, tem sido palco nos últimos anos de dezenas de ataques reivindicados  pelo Boko Haram, grupo radical islâmico que quer impor a "sharia" (lei islâmica)  no país. 

Só este ano, mais de 1.500 pessoas morreram em ações atribuídas ao grupo  extremista. 

     

Lusa