Brexit

Liberdade de movimento entre UE e Reino Unido termina em março de 2019

A liberdade dos cidadãos europeus para viver e trabalhar no Reino Unido vai terminar, em março de 2019. O Governo britânico pediu esta quarta-feira um estudo de um ano sobre a migração europeia no país, de modo a ajudar no sistema de imigração que será implementado. A avaliação vai estar concluída em setembro, de 2018, seis meses antes da conclusão do Brexit.

Liberdade de movimento entre UE e Reino Unido termina em março de 2019

Segundo a Reuters, os ministros britânicos confirmaram que iria ser implementado um novo sistema de imigração, que permitisse contratar os trabalhadores que fossem necessários.

No entanto, com as negociações do Brexit já a decorrer e a União Europeia (UE) à espera de concluir as negociações em outubro de 2018, os críticos defendem que o estudo devia ter sido pedido mais cedo, pois muitos europeus já saíram do Reino Unido.

A ministra do Interior Amber Rudd confirmou que o Governo pediu ao Comité de Aconselhamento das Migrações para perceber como é que as migrações afetam o mercado de trabalho e a economia, assim como as medidas pós-Brexit precisam de funcionar de modo a suportar os planos do país para a revitalização da indústria.

A imigração foi um dos tópicos principais durante a campanha do Brexit, em 2016, e o Governo britânico tem o objetivo de colocar a taxa de migração abaixo dos 100.000. Em 2016, a taxa de migração era de 248.000. (A taxa de migração é a diferente entre o numero de imigrantes e o número de emigrantes, calculada ao ano.)

"A população deve ter confiança na nossa habilidade para controlar a imigração", escreveu Amber Rudd, num artigo para a Financial Times, citado pela agência de notícias Reuters.

Amber Rudd
Eddie Keogh

O ministro da Imigração, Brandon Lewis, avançou que o Comité de Aconselhamento sobre as Migrações irá fazer relatórios interinos e que esta não é a única fonte do Governo britânico para elaborar o novo sistema de imigração.

De acordo com a Reuters, um grande número de empresas já expressou a sua preocupação quanto à incerteza do futuro: se poderão contratar pessoas que precisam para operar, desde especialistas em várias áreas a inexperientes para o setor primário. A incapacidade de contratar quem precisam pode vir a obrigar estas empresas a mudar de lugar.

Brandon Lewis
Stefan Wermuth

O comité vai estudar os custos económicos e sociais e os benefícios da migração da União Europeia para a economia do Reino Unido. Vai analisar o impacto na competitividade, e se há benefícios em focar a migração nos empregos especializados.

Amber Rudd garante que o Reino Unido "vai continuar a atrair aqueles que nos beneficiam económica, social e culturalmente"."Mas ao mesmo tempo, o nosso sistema de imigração vai permitir que controlemos o volume de pessoas que venham para cá."