Brexit

Jovens britânicos estão "perplexos, irritados e ressentidos"

Os jovens britânicos sentem-se "perplexos, irritados e ressentidos" com o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), e responsabilizam as gerações mais velhas, segundo um estudo divulgado hoje.

Estudantes na entrada principal do campus do University College de Londres.
Estudantes na entrada principal do campus do University College de Londres.
Toby Melville/ Reuters (Arquivo)

Esta última análise sobre a saída do bloco comunitário, realizada pela London School Of Economics para o chamado 'grupo parlamentar multipartidário para um Brexit melhor para os jovens', detetou uma "profunda inquietação" com o "impacto negativo" do resultado do histórico referendo sobre a UE, realizado a 23 de junho de 2016.


As conclusões do relatório foram baseadas em 40 grupos de inquiridos e nos resultados de uma sondagem em que participaram mais de 3.200 jovens e adultos do país, que se mostraram, na maioria, preocupados com a "perda de oportunidades", bem como com o impacto na imagem do Reino Unido como sociedade tolerante e multicultural.


"Uma maioria significativa expressou perplexidade, irritação e ressentimento perante a opção de abandonar a UE, que foi adotada, segundo o seu ponto de vista, principalmente pelas gerações mais velhas", diz o documento.


Os jovens que participaram no estudo "estão preocupados com o impacto negativo do Brexit nas comunidades multiétnicas, com o aumento da intolerância, discriminação e racismo na sociedade britânica e com o declive da imagem tolerante e multicultural da sociedade".


Do lado oposto, uma "pequena minoria" de jovens manifestou otimismo perante o futuro fora do bloco europeu, expressando "orgulho" no seu país, ou sugerindo que a saída da UE é "positiva" para o Reino Unido por ter motivado a juventude a ser menos passiva.


O presidente do grupo parlamentar multipartidário, o deputado trabalhista Stephen Kinnock, disse hoje que espera que o estudo sirva de "catalisador" para uma "conversa a nível nacional" sobre o Brexit.

Lusa