"O tempo está a esgotar-se. Estamos a trabalhar em contra-relógio, sabemos isso. Vamos trabalhar arduamente nas próximas semanas e meses para alcançar", afirmou Hammond na Câmara dos Comuns, durante uma sessão de perguntas dos deputados. Entretanto, Hammond confirmou que o contrato do governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, será prolongado por sete meses, até ao final de janeiro de 2020, justificando que o início do verão de 2019 "pode ser um período turbulento" para a economia britânica. Recentemente, Carney disse que estava "disposto a fazer o que pudesse para garantir um 'Brexit' bem-sucedido e uma transição eficiente no Banco da Inglaterra".
O governo britânico está sob pressão para concluir um acordo a tempo da saída da União Europeia, a 29 de março, mas tem enfrentado não só oposição de Bruxelas às suas propostas, mas também de muitos deputados do próprio partido da primeira-ministra, Theresa May.
O impasse tem levantado dúvidas sobre a possibilidade de ser alcançado um acordo até ao final do mês de outubro, considerado o prazo para conseguir legislar o seu conteúdo, mas o negociador-chefe dos 27, Michel Barnier, afirmou na segunda-feira que o acordo pode ser alcançado nas próximas seis a oito semanas.
May defende a proposta feita num livro branco intitulado "A futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia", também apelidado de 'Chequers', em que sugere uma área de comércio livre de bens que garanta a continuação de trocas comerciais sem atrito nas fronteiras britânicas e do resto da Europa. Mas para muitos deputados conservadores eurocéticos, incluindo o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, este modelo é inaceitável porque iria dificultar a negociação de acordos comerciais com países fora da UE.
Lusa