Brexit

Quem sai da UE não pode ter os mesmos privilégios no mercado único, avisa Juncker

O presidente da Comissão Europeia lembrou hoje ao Reino Unido que um país que sai da União Europeia não pode ter as mesmas regalias que um Estado membro.

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"Respeitamos a decisão do Reino Unido de abandonar a nossa União, mas lamentamo-la profundamente. Também pedimos ao governo britânico que entenda que alguém que abandona a UE não pode estar na mesma posição privilegiada dos restantes Estados-membros. Se saem da UE, evidentemente já não são parte integrante do nosso mercado interno", alertou.

Sem querer entrar em detalhes sobre as negociações em curso para a saída do Reino Unido do bloco comunitário, que na sua opinião estão a ser "magistralmente conduzidas por Michel Barnier", o principal negociador da UE, o político luxemburguês prometeu que a Comissão Europeia, o PE, e todos os Estados-Membros vão ser leais e solidários com a Irlanda na questão da fronteira irlandesa.

"É por isso que queremos encontrar uma solução inventiva que evite uma fronteira física na Irlanda do Norte. E defenderemos todos os aspetos do Acordo de Sexta-feira Santa. É o 'Brexit' que está a tornar a fronteira mais visível na Irlanda do Norte, não é a UE", observou.
Juncker moderou, contudo, o tom do discurso ao afirmar que o Reino Unido nunca será um mero país terceiro para a UE.

"O Reino Unido será sempre um vizinho e parceiro muito próximo, em termos políticos, económicos e de segurança. Nos últimos meses, quando precisámos de união, o Reino Unido esteve do nosso lado, regido pelos mesmos valores e princípios de todos os outros europeus", sustentou, dizendo acolher "com agrado" a proposta de Theresa May para uma "parceria ambiciosa para o futuro".

"Com base nestes princípios, os negociadores da UE continuarão a trabalhar dia e noite para alcançar um acordo. Devemos aos nossos cidadãos que a saída do Reino Unido seja ordenada", assumiu.