Com o fim do ano, termina também o período de transição da saída do Reino Unido da União Europeia. As mudanças vão começar a sentir-se já a partir da próxima semana, sobretudo em áreas como o turismo, comércio e serviços.
O processo arrasta-se há mais de quatro anos e deu agora um passo decisivo: o acordo comercial assinado na véspera de Natal e aprovado esta quarta-feira em Londres coloca um ponto final no período de transição da saída britânica do espaço económico europeu.
O controlo de fronteiras é das primeiras mudanças a sentir-se. Os britânicos deixam de usufruir da livre circulação entre os Estados-membros da União Europeia. Passam a ter que apresentar passaporte e seguro de saúde.
O acordo de comércio pós-Brexit livrou as empresas britânicas de taxas e quotas, mas a burocracia vai aumentar. Vários produtos passam a estar sujeitos a controlos fronteiriços, que pode significar custos adicionais.
Receia-se também maior demora na travessia para França.
As empresas britânicas também perdem o direito de atuar no mercado europeu sem que tenham uma filial num dos Estados-membros. E caso os britânicos queiram passar a viver num país europeu, deixam de ter direito garantido de permanência.
O mesmo acontece em sentido inverso, ou seja, se um português ou outro cidadão de um dos estados quiser residir em território britânico, passa a estar sujeito a um processo burocrático.
Profissões como a de médico ou arquiteto deixam de ter as qualificações reconhecidas de forma automática no Reino Unido. E os estudantes também vão sentir impacto destas mudanças porque os britânicos abandonam o programa Erasmus.
Boris Johnson anunciou, entretanto, que o executivo pretende criar um programa alternativo já em 2021. O Governo britânico tem feito várias campanhas de informação e garante que tudo fará para tornar o caminho o mais ágil possível, mas já reconheceu que os primeiros meses desta nova vida fora da União europeia não vão ser fáceis.
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