"Queremos saber se o Facebook garantiu ou não a segurança dos dados pessoais dos utilizadores da plataforma, se agiu firmemente quando descobriu que os dados foram violados e se os utilizadores em causa foram ou não informados", afirmou Elizabeth Denham à BBC Radio.
A Cambridge Analytica está sob suspeita depois de terem sido divulgadas notícias de que manipulou com fins políticos informação de mais de 50 milhões de utilizadores da Facebook nos EUA.
A empresa de recolha de dados é financiada, em parte, pelo multimilionário norte-americano Robert Mercer, um mecenas republicano e um dos principais apoiantes da campanha de Trump.
Os dados da Comissão Eleitoral Federal mostram que a empresa Cambridge Analytica, que poderá ter obtido inapropriadamente dados do Facebook, ganhou milhões dólares em 2016 com a campanha para eleger Donald Trump.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, a Cambridge Analytica colaborou também na campanha do Brexit, analisando dados de milhões de utilizadores da rede social para criar um software capaz de prever e influenciar a escolha dos eleitores.
O impacto das notícias divulgadas no fim de semana pela imprensa britânica e norte-americana verificou-se também no mercado bolsista, com Wall Street a fechar em queda esta segunda-feira.
Europa e EUA pedem explicações sobre dados do Facebook
O Facebook e o seu fundador Mark Zuckerberg foram de imediato alvo de críticas na Europa e nos Estados Unidos. Ainda antes das diligências da comissária Elizabeth Denham, o deputado britânico Damian Collins exigia explicações de Mark Zuckerberg, apesar do Facebook ter anunciado a suspensão das relações com a Cambridge Analytica, com sede no Reino Unido.
Nos EUA, senadores democratas pediram também que Zuckerberg prestasse declarações perante a Justiça.
Os responsáveis da Cambridge Analytica, liderada por Alexander Nix, alegam que a empresa cumpriu sempre as regras de obtenção e uso de dados pessoais dos utilizadores do Facebook.