Ciclone Idai

Índia envia três navios para o porto da Beira para apoio humanitário

Navios vão prestar ajuda humanitária, além das operações de evacuação.

Praia Nova, província de Sofala
Praia Nova, província de Sofala
JOSH ESTEY / CARE / HANDOUT

O Governo indiano indicou hoje que enviou três navios para o porto moçambicano da Beira, para ajudar na retirada de pessoas afetadas pelas cheias naquela cidade moçambicana, destruída em mais de 90% pela passagem do ciclone Idai.

De acordo com um comunicado do executivo indiano, citado pela agência Associated Press, os navios foram desviados depois de um pedido do Governo moçambicano e irão prestar ajuda humanitária, além das operações de evacuação. Um helicóptero de um dos navios já está a operar.


Os navios deverão ainda ajudar na montagem de campos médicos e fornecer comida e outros bens de necessidade urgente, segundo o mesmo texto.


A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.


Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.


O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.


O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.


A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.


O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, viajou para a Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio às populações afetadas.


No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas de desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

Lusa