Um grupo de 150 voluntários juntou-se hoje em Maputo, capital de Moçambique, para ajudar a carregar um navio com mantimentos para as vítimas do ciclone Idai na zona centro do país.
"O porto de Maputo fez um apelo internacional, conseguiu-se um navio e estamos a fazer a triagem de material recolhido em vários pontos da cidade. Fazemos kits alimentares", explica à Lusa a coordenadora do movimento Unidos Por Beira, Joana Martins.
Junto ao porto e sob um calor intenso, todos dão corpo à missão: levar 14 mil toneladas de produtos para a Beira.
Pessoas de todas as idades carregam sacos de um lado para o outro com arroz, farinha, feijão e garrafas de água, um conjunto de donativos que faz a organização acreditar que é possível chegar à meta.
"Precisamos de mais contentores. Isso é bom", refere Joana Martins.
Um total de 13 contentores já estão preenchidos, mas falta embalar bacias, baldes e purificadores de água.
Há também uma coleção de roupa que está a ser dividida de acordo com os tamanhos e o sexo, e empacotada em caixas devidamente identificadas.
A atividade começou na terça e espera-se que o navio parta no sábado.
Do lado de fora, rapazes gritam e cantam enquanto descarregam de um camião sacos mais pesados, cada qual com cerca de 30 quilos, e os depositam num contentor.
"Isto é um ginásio", graceja a orientadora, enquanto se preparam também redes mosquiteiras e pequenos colchões.
Por entre o movimento, há quem tenha acabado de chegar.
"Saí mais cedo do trabalho e vim doar o meu tempo", disse à Lusa, Ivete Mavie, voluntária.Motiva-a as imagens chocantes do desastre natural e a quantidade de vítimas, algo que "pode acontecer a qualquer um".
Há pessoal com coletes e até camisas com a palavra Beira em letras garrafais num movimento que se cruza com viaturas que chegam a cada 20 minutos para descarregar donativos, de empresas e particulares.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país até hoje sem energia.
Com Lusa