Crise na Venezuela

EUA acusam Maduro de "bloquear" ajuda humanitária na Venezuela

"O povo venezuelano necessita desesperadamente de ajuda humanitária."

EUA acusam Maduro de "bloquear" ajuda humanitária na Venezuela
LEONARDO MUNOZ

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acusou esta quarta-feira o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de "bloquear" a ajuda humanitária enviada para o país, referindo que a população está "desesperada" por auxílio.

"O povo venezuelano necessita desesperadamente de ajuda humanitária. Os Estados Unidos e outros países estão a tentar ajudar, mas o exército da Venezuela, sob as ordens de Maduro, estão a bloquear a ajuda que chega em camiões e navios", disse Mike Pompeo, numa publicação na rede social Twitter.

O secretário de Estado defendeu ainda que o povo precisa de ser ajudado.

"O regime de Maduro deve permitir que a ajuda chegue a um povo com fome", acrescentou.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, está a tentar organizar a chegada de ajuda internacional ao país, mas Maduro opõe-se, referindo que acredita que se trata do prelúdio para uma intervenção militar estrangeira.

"Eles querem enviar dois pequenos camiões, com quatro potes, e a Venezuela não necessita de pedir esmola. Se eles querem ajudar, que ponham fim ao bloqueio e às sanções", disse o Presidente da Venezuela.

Portugal e outros 18 países da União Europeia assinaram na segunda-feira uma declaração conjunta de reconhecimento de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como "Presidente interino da Venezuela" com o objetivo de convocar "eleições presidenciais livres, justas e democráticas".

Entre os países que não reconheceram Guaidó como Presidente interino estão a China e a Rússia, embora o próprio líder do parlamento tenha descrito como "muito interessante" a atitude que esses dois países adotaram.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

Lusa