Crise na Venezuela

Mais de 1.600 pessoas morreram por falta de condições médicas na Venezuela

Dados recolhidos em 40 hospitais e unidades de saúde.

Mais de 1.600 pessoas morreram por falta de condições médicas na Venezuela
Marco Bello

Mais de 1.600 pessoas morreram na Venezuela desde novembro, por falta de material médico e por cortes de eletricidade em unidades de saúde, segundo um inquérito a hospitais venezuelanos revelado esta quinta-feira.

Os dados foram recolhidos em 40 hospitais e unidades de saúde, registando-se 1.557 mortes por falta de materiais médicos e 79 nos períodos em que ocorreram cortes de eletricidade nas instalações.

Segundo o porta-voz da organização Médicos pela Saúde, Gustavo Villasmil, 756 pacientes morreram por causa de "traumas graves" e 801 sofriam de doenças cardiovasculares, problemas que não puderam ser tratados por escassez de recursos nos hospitais.

A Venezuela vive há pelo menos cinco anos com escassez de medicamentos e de material médico, mas a situação agravou-se recentemente.

Hoje, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a chegada de 7,5 toneladas de medicamentos e material médico provenientes da Rússia e destinados a três hospitais em Caracas e no Estado de Bolívar.

Maduro continua a rejeitar a ajuda humanitária oferecida pelos Estados Unidos da América e por outros países e que se encontra na Colômbia, no Brasil e no Curaçao à espera de autorização para entrar no país.

A crise política na Venezuela, onde vivem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Lusa