Onze países membros do Grupo de Lima, incluindo o Brasil, responsabilizaram hoje o "regime ilegítimo" de Nicolás Maduro pelo apagão na Venezuela, que alegam ter causado 18 vítimas, e reiteraram o seu apoio ao autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó.
A posição é expressa num comunicado publicado no portal do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e que é subscrito também pelos governos da Argentina, do Canadá, da Colômbia, da Costa Rica, do Chile, da Guatemala, das Honduras, do Panamá, do Paraguai e do Peru.
Os 11 do Grupo de Lima manifestaram ainda a solidariedade com os milhões de venezuelanos afetados pela falha de eletricidade, que dizem ter causado 18 vítimas em hospitais e clínicas, além dos "inúmeros contratempos na vida quotidiana".
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, afirmou hoje, através da rede Twitter, que 15 pessoas morreram nos hospitais devido ao apagão generalizado que começou na quinta-feira. Antes, um dirigente de uma organização defensora do direito à saúde e à vida, a Codevida, mencionara a morte de 15 doentes renais, quatro deles no Hospital Miguel Pérez Carreño, em Caracas, por falta de diálise.
Segundo o diretor da Codevida, Francisco Valencia, a situação é muito crítica para as pessoas com insuficiência renal, uma vez que a quase totalidade das unidades de diálise está parada devido à falta de eletricidade.
Algumas zonas da capital, Caracas, têm luz, mas de forma intermitente.
O Grupo de Lima foi criado em 2017 na capital do Peru, Lima, para contribuir para a resolução da "situação crítica na Venezuela", sendo composto por 14 países (os 11 que subscreveram o comunicado e mais o México, a Guiana e Santa Lúcia).
Para os 11 países que assinam o comunicado, "somente um governo legítimo surgido de eleições livres e democráticas poderá realizar a reconstrução das instituições, das infraestruturas e da economia do país de que os venezuelanos necessitam para recuperar a sua dignidade, o exercício das liberdades civis e o respeito dos seus direitos humanos".
Lusa