Crise na Venezuela

Guaidó diz que presença de militares russos na Venezuela viola a Constituição

"Esses aviões não trouxeram geradores, nem técnicos para intervir (na barragem de) El Guri, nem geradores para substituir os danificados, trouxeram militares estrangeiros para solo venezuelano"

Guaidó diz que presença de militares russos na Venezuela viola a Constituição
RAYNER PENA

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse esta terça-feira que a presença de quase uma centena de militares russos no país "viola a Constituição".

"Parece que (no Governo, do Presidente Nicolás Maduro), não confiam nos seus militares, porque estão a importá-los, violando a Constituição novamente", disse.

Juan Guaidó falava em Caracas, durante uma sessão parlamentar convocada para analisar a chegada, no fim de semana, de dois aviões russos à Venezuela e um grupo de 99 militares da Rússia, e o pagão que desde segunda-feira afeta o país.

"Esses aviões não trouxeram geradores, nem técnicos para intervir (na barragem de) El Guri, nem geradores para substituir os danificados, trouxeram militares estrangeiros para solo venezuelano, esquecendo a crise que temos na Venezuela", disse.

Guaidó frisou que o Governo venezuelano "não tem como solucionar" a crise elétrica "que criou" no país, e que inventa motivos, recomendando à população que compre velas e lanternas, perante uma falha técnica provocada pelo "mau funcionamento e a corrupção" no sistema elétrico venezuelano.

Segundo Juan Guaidó a presença de militares russos no país deveria ser autorizada pelo parlamento venezuelano, o único poder público controlado pela oposição no país.

Entretanto, através de um comunicado a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiro de Rússia, Maria Zajarova, explicou que o envio de tropas militares russas para Caracas faz parte de um acordo de cooperação técnico-militar assinado entre a Venezuela e a Rússia em 2011, o que dispensa "aprovação adicional".

"A presença de especialistas russos em território da Venezuela está regulada pelo Acordo de Cooperação Técnico-Militar assinado em maio de 2011, pelo Governos da Rússia e da Venezuela, e que foi ratificado, em seu momento, por ambos países", explica o documento divulgado pela imprensa venezuelana e agências de notícias internacionais.

Lusa