Crise na Venezuela

Rússia confirma reunião com EUA para discutir crise da Venezuela

Os ministros das relações exteriores dos dois países vão reunir-se na Filândia.

Rússia confirma reunião com EUA para discutir crise da Venezuela
Rayner Pena / EPA

A situação na Venezuela será o tema principal da reunião entre o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, na segunda-feira na Finlândia, anunciou hoje o vice-ministro chanceler russo, Sergei Riabkov.

"A reunião de Lavrov e Pompeo, na cidade de Rovaniemi, vai celebrar-se. É claro que a Venezuela será o tema principal das conversações", afirmou, referindo-se ao encontro do próximo dia 6.

O encontro já tinha sido anunciado na quinta-feira por uma fonte oficial norte-americana que adiantou estar previsto que os dois ministros participem na segunda e na terça-feira numa reunião ministerial do Conselho do Ártico em Rovaniemi, no norte da Finlândia.

Segundo disse hoje o vice-chanceler, "também se falará da Síria e, provavelmente, da Ucrânia" e, se houver tempo, poderá ser ainda abordada a questão das relações bilaterais.

A possibilidade de realizar este encontro tinha sido avançada por um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano.

Pompeo e Lavrov falaram, na quarta-feira, ao telefone, em plena escalada de tensões pela afirmação do secretário de Estado norte-americano de que o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, estava a preparar-se para fugir para Cuba devido ao levantamento da oposição, mas que a Rússia o convenceu a ficar.

Sergey Lavrov respondeu denunciando, na mesma conversa, "a influência destrutiva" dos EUA na Venezuela e considerando que a "ingerência de Washington" era "uma violação flagrante do direito internacional", segundo um comunicado do ministério russo dos Negócios Estrangeiros.

Lavrov criticou ainda a ameaça de intervenção militar dos EUA.

Terça-feira, o secretário de Estado norte-americano tinha dito que Nicolas Maduro estava pronto para voar na mesma manhã para Cuba, sob pressão da oposição, mas que tinha sido dissuadido de o fazer pela Rússia.

Juan Guaidó, que se autoproclamou em janeiro Presidente interino da Venezuela e teve na altura o apoio de mais de 50 países e desde a primeira hora dos Estados Unidos, desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime de Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.

Lusa.