Crise na Venezuela

Mais de 500 bombas encerradas na Venezuela por falta de gasolina

Situação é mais grave nas regiões fronteiriças com a Colômbia, onde tem havido denúncias de contrabando de combustível.

Mais de 500 bombas encerradas na Venezuela por falta de gasolina
Isaac Urrutia
Carlos Eduardo Ramirez

Mais de 500 estações de serviço estão encerradas por falta de gasolina, na Venezuela, segundo a Argus Média, agência especializada em preços e consultoria em matéria energética.

A situação é mais grave nas regiões fronteiriças com a Colômbia, onde tem havido denúncias de contrabando de combustível.

"Para manter Caracas relativamente abastecida de combustíveis, a Petróleos de Venezuela SA [Notes:PDVSA, empresa petrolífera estatal] tem encerradas 560 estações de serviço de uma rede de 1.765, por não ter capacidade para abastecer 100% de um mercado que mantém monopolizado", explica.

Segundo a Argus Média, "a situação é mais grave nos Estados fronteiriços, onde as autoridades justificam estes encerramentos com a necessidade de impedir o contrabando de gasolina, um problema de longa data que a administração Nicolás Maduro não conseguiu resolver, apesar de ter tentado várias estratégias, que incluem o racionamento de combustíveis e o pagamento através de um sistema biométrico de identificação, que não chegou a funcionar".

"Nos Estados de Zúlia, Apure, Bolívar e Táchira, a situação é realmente grave, porque quase 60% das estações de serviço estão encerradas, e as que estão têm vigilância militar, para evitar protestos, devido ao tempo que os condutores esperam para abastecer", explica.

A Argus Media dá conta da existência de denúncias relativas a oficiais das Forças Armadas, destacados para a vigilância das estações de serviço, que terão recebido dinheiro para dar prioridade a condutores, principalmente camiões, o que tem gerado tensão.

A situação levou a que também tivessem aparecido novas modalidades de venda no mercado negro, que vão dos dois dólares por litro aos dez dólares por cinco galões (cada galão equivale a 3,74 litros), apesar de o preço oficial do combustível, na Venezuela, ser o mais barato do mundo (à volta de 0,0001 de euros).

Dados obtidos pela ArgusMedia dão conta de que o consumo interno de gasolina caiu de 315 mil barris por dia, em 2010, para 120 mil, atualmente.

O consumo de diesel, por seu lado, caiu de 240 mil barris diários, em 2010, para os atuais 100 mil.Apesar de a refinaria Amuay, a principal do país, ter capacidade para produzir 635 mil barris de combustível, diariamente, apenas produz 110 mil.

Com Lusa