Crise no Sporting

Quatro suspeitos de terrorismo em Alcochete querem prestar declarações

Os quatro detidos na quarta-feira por suspeitas de comparticipação na invasão de instalações e agressões aos futebolistas e equipa técnica do Sporting na Academia do clube, em Alcochete em maio, pretendem prestar declarações no interrogatório judicial.

Quatro suspeitos de terrorismo em Alcochete querem prestar declarações
CARLOS SANTOS

Após identificação dos arguidos, em comunicado distribuído aos jornalistas, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro confirmou que todos os arguidos decidiram prestar declarações e que os trabalhos foram suspensos, porque os advogados pediram para consultar a informação disponível nos autos, estando o reinício dos trabalhos marcado para sexta-feira, pelas 09:30.

Entre estes quatro detidos estão o ex-líder de claque do Sporting Juventude Leonina Fernando Mendes e o condutor e os ocupantes da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.

A disponibilidade para prestarem declarações em tribunal foi confirmada pelo advogado Francisco Macedo. O defensor de Nuno Torres, o arguido que conduzia a viatura, afirmou que Nuno Torres nada teve a ver com as agressões e que foi convidado para uma conversa com os jogadores na Academia, convite pelo qual se terá sentido muito honrado, e garantiu que o seu constituinte desconhecia totalmente os incidentes que, entretanto, tinham ocorrido no local.

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Francisco Macedo defendeu ainda a ideia de que os quatro detidos não podem ser responsabilizados pelos mesmos crimes imputados aos outros 23 arguidos detidos no dia 15 de maio, pouco depois dos incidentes, e que se encontram a aguardar julgamento em prisão preventiva.

De acordo com a Procuradoria Distrital de Lisboa (PGDL), os quatro detidos foram constituídos arguidos "por existirem fortes indícios de comparticipação" na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting, em 15 de maio.

Segundo a mesma fonte, os factos em causa são "suscetíveis de integrar a prática dos crimes de introdução de lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravada, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e terrorismo".

No dia 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e 'staff'. Na altura a GNR deteve 23 dos atacantes, que permanecem em prisão preventiva.

Lusa