"Um membro da Ordem de São João de Deus foi admitido no hospital Carlos III" em Madrid, onde estão centralizados os cuidados relacionados com o vírus do Ébola.
O homem chegou da Libéria no dia 11 de outubro e registou febre, segundo indicou um comunicado do comité interministerial que foi criado pelas autoridades espanholas para lutar contra a doença.
O missionário pertence à mesma ordem dos outros dois religiosos espanhóis que foram repatriados a 08 de agosto e a 22 de setembro para receberem tratamento na capital espanhola.
Poucos dias depois do repatriamento, os religiosos acabariam por morrer: o padre Miguel Pajares, de 75 anos, no dia 12 de agosto, e Manuel Garcia Viejo, de 69 anos, a 25 de setembro.
Uma auxiliar de enfermagem que tratou o segundo religioso acabou por ser contaminada.
Hospitalizada desde 6 de outubro, Teresa Romero, de 44 anos, já esteve em estado crítico.
As autoridades espanholas indicaram hoje que o estado de saúde da auxiliar de enfermagem é ainda grave mas está "estável", afirmando ainda que a carga viral no sangue está a diminuir.
Teresa Romero foi o primeiro caso de contágio do vírus do Ébola fora de África.
Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ébola causou 4.493 mortos em 8.997 casos registados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).
A OMS teme um expressivo aumento do número de infeções que estima poderem subir até aos 10.000 novos casos por semana (atualmente registam-se mil) até ao final do ano na África Ocidental.
O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então.
LUSA