Bayrou anunciou hoje que desistia de se candidatar às presidenciais francesas "para evitar a dispersão eleitoral" e propôs uma aliança a Macron, terceiro nas sondagens.
"Porque o risco é enorme, porque os franceses estão desorientados e muitas vezes desesperados, decidi oferecer uma aliança a Emmanuel Macron", disse o centrista.
Em declarações à agência noticiosa francesa AFP, Emmanuel Macron destacou que a aliança proposta por Bayrou reflete os mesmos "valores e ideias" do seu movimento "En Marche!" (Em Frente), que lançou em abril passado como rampa de lançamento da sua candidatura presidencial.
Macron disse que a oferta de Bayrou "reflete plenamente o processo de renovação e de convergência" que tem apoiado desde o início.
"É por isso que aceito", declarou o candidato presidencial de 39 anos e ex-ministro da Economia. Bayrou, que admitiu candidatar-se pela quarta vez à presidência de França, explicou hoje que não o fará para não dividir o eleitorado do centro, o que beneficiaria a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, uma "grande e imediata ameaça para o país e para a Europa".
Referindo-se ao escândalo que atingiu o candidato da direita François Fillon, suspeito de desvio de fundos públicos por ter alegadamente criado empregos fictícios para a mulher e dois filhos, Bayrou criticou como "o mais chocante" a "quase unânime aceitação destes abusos".
Sobre Macron, ex-ministro da Economia do governo socialista que se candidata "nem pela esquerda nem pela direita", Bayrou disse ser alguém "brilhante".
A aliança que propõe é condicionada à adoção de medidas para "moralizar" a política, precisou.Franços Bayrou, de 65 anos, era creditado nas sondagens com cerca de 5% dos votos. Nas presidenciais de 2012 obteve 10%, nas de 2007, 18%, e nas de 2002, 7%. Na mesma sondagem, Macron, 39 anos, surgia no terceiro lugar, com 17% dos votos, atrás de Le Pen (27%) e de Fillon (20%).A primeira volta das presidenciais de França realiza-se a 23 de abril e a segunda a 07 de maio.
Lusa