Eleições no Sporting

Bruno de Carvalho diz que "irá à luta" nas próximas eleições e "voltará a ser" presidente

O ex-candidato à presidência do Sporting Bruno de Carvalho garantiu hoje à Agência Lusa que irá "à luta" nas próximas eleições, dentro de três anos, e não tem dúvidas de que voltará "a ser presidente".

"Digo isto sem ironia: voltarei a ser presidente do Sporting, cargo para o qual fui eleito na noite de 26 de março, até às 05:55 horas do dia 27, e dessa vez serei empossado", disse Bruno de Carvalho, lembrando que é sócio do Sporting há mais tempo do que o atual presidente, Godinho Lopes.



O ex-candidato não reconhece a atual direção, que durante a campanha eleitoral lhe chamou "vigarista" e o acusou de "dívidas a toda a gente" e que depois das eleições já o considerou "impecável e um grande homem".



Bruno de Carvalho já foi notificado pelo Tribunal Cível de Lisboa da decisão sobre a providência cautelar que interpôs para suspender os resultados eleitorais, por alegadas irregularidades, mas não quis revelar a decisão, por causa do jogo do Sporting no Dragão, domingo, para a Liga de futebol.



Não confirma, porém, a notícia do jornal Correio da Manhã, segundo a qual o Tribunal Cível de Lisboa terá indeferido a providência cautelar.



"Como é que o Juiz pode saber se houve ou não irregularidades se não se deu ao trabalho de verificar as provas que estão fechadas e lacradas num gabinete em Alvalade, à guarda da polícia", questionou Bruno de Carvalho, para quem "não há justificação nenhuma para a discrepância de 3000 votos entre os que foram depositados nas urnas e os que foram registados no sistema informático, numas eleições decididas por 360 votos".



A alegação de que essa discrepância teve a ver com os sócios que estavam com quotas em atraso e que as regularizaram para poder votar "não colhe" junto do ex-candidato, que lamenta o facto de "nunca" ter sido dada "uma explicação cabal" para aquela.



Justificando a sua decisão de avançar com a providência cautelar, diz que o fez "em nome da verdade" e lembrou a "promessa" que assumiu perante os seus apoiantes de ânimos exaltados na madrugada eleitoral, sem a qual "teria havido uma desgraça em Alvalade".



"Era um imperativo de consciência. Não podia defraudar os milhares de sportinguistas que foram votar e que também não gostaram daquilo que se passou", referiu, garantindo estar a "ponderar se avança ou não" com o processo de impugnação, que nos tribunais portugueses "dura em média de dois a quatro anos", e nalguns casos "chega aos seis e oito anos".



A hipótese do processo se prolongar durante vários anos leva Bruno de Carvalho a "pensar muito bem", pois "poderá dar-se o caso do processo, em vez de prejudicar as pessoas que foram empossados e não o deveriam ter sido, vir a causar prejuízos ao Sporting", em tese até a ele próprio, se for o presidente na altura.



Promete "tomar uma decisão segunda ou terça feira" e confessa-se "mais preocupado com a nomeação de Soares Dias" para o Dragão, um árbitro que "não inspira confiança e que nunca deveria ter sido escolhido".







Lusa