O ex-candidato não reconhece a atual direção, que durante a campanha eleitoral lhe chamou "vigarista" e o acusou de "dívidas a toda a gente" e que depois das eleições já o considerou "impecável e um grande homem".
Bruno de Carvalho já foi notificado pelo Tribunal Cível de Lisboa da decisão sobre a providência cautelar que interpôs para suspender os resultados eleitorais, por alegadas irregularidades, mas não quis revelar a decisão, por causa do jogo do Sporting no Dragão, domingo, para a Liga de futebol.
Não confirma, porém, a notícia do jornal Correio da Manhã, segundo a qual o Tribunal Cível de Lisboa terá indeferido a providência cautelar.
"Como é que o Juiz pode saber se houve ou não irregularidades se não se deu ao trabalho de verificar as provas que estão fechadas e lacradas num gabinete em Alvalade, à guarda da polícia", questionou Bruno de Carvalho, para quem "não há justificação nenhuma para a discrepância de 3000 votos entre os que foram depositados nas urnas e os que foram registados no sistema informático, numas eleições decididas por 360 votos".
A alegação de que essa discrepância teve a ver com os sócios que estavam com quotas em atraso e que as regularizaram para poder votar "não colhe" junto do ex-candidato, que lamenta o facto de "nunca" ter sido dada "uma explicação cabal" para aquela.
Justificando a sua decisão de avançar com a providência cautelar, diz que o fez "em nome da verdade" e lembrou a "promessa" que assumiu perante os seus apoiantes de ânimos exaltados na madrugada eleitoral, sem a qual "teria havido uma desgraça em Alvalade".
"Era um imperativo de consciência. Não podia defraudar os milhares de sportinguistas que foram votar e que também não gostaram daquilo que se passou", referiu, garantindo estar a "ponderar se avança ou não" com o processo de impugnação, que nos tribunais portugueses "dura em média de dois a quatro anos", e nalguns casos "chega aos seis e oito anos".
A hipótese do processo se prolongar durante vários anos leva Bruno de Carvalho a "pensar muito bem", pois "poderá dar-se o caso do processo, em vez de prejudicar as pessoas que foram empossados e não o deveriam ter sido, vir a causar prejuízos ao Sporting", em tese até a ele próprio, se for o presidente na altura.
Promete "tomar uma decisão segunda ou terça feira" e confessa-se "mais preocupado com a nomeação de Soares Dias" para o Dragão, um árbitro que "não inspira confiança e que nunca deveria ter sido escolhido".
Lusa