Europeias 2014

Eleições europeias arrancam hoje no Reino Unido e Holanda

O Reino Unido e a Holanda inauguram hoje o processo de eleição dos 751 deputados ao Parlamento Europeu até 2019 e  do sucessor de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia.    

A mesa de voto na estação de comboios de Castricum, na Holanda, foi a primeira a abrir nestas eleições europeias (EPA)
BAS CZERWINSKI

Os 751 eurodeputados a serem eleitos no conjunto dos 28 Estados-membros  da União Europeia representarão cerca de 500 milhões de cidadãos da UE na  próxima legislatura, mas muitas sondagens apontam para uma subida da taxa  de abstenção, já habitualmente alta nas eleições europeias, que decorrem  até 25 de maio. 

A ameaça de abstenção - em 2009 a participação foi de apenas 43% - volta  assim a pairar sobre as eleições europeias, mesmo com a "novidade", este  ano, de as principais forças políticas apresentarem candidatos ao cargo  de presidente da Comissão, à luz das novas regras do Tratado de Lisboa (que  entrou em vigor em dezembro de 2009, após as europeias de junho desse ano.

A "eleição" do futuro presidente do executivo comunitário não é todavia  um processo absolutamente linear, pois, apesar de o Tratado de Lisboa prever  que os votos sejam tidos em conta, o Conselho Europeu -- que reúne os chefes  de Estado e de Governo e a quem continua a pertencer o direito de nomear  um candidato - não é legalmente forçado a designar o nome do candidato do  partido político europeu que recolher mais votos, embora o nome tenha que  vir a ser aprovado por uma maioria absoluta da assembleia. 

Face a este sistema, na grande noite eleitoral, a 25 de maio -- data  em que as eleições têm lugar na grande maioria dos Estados-membros da União  Europeia, incluindo Portugal -, poderá ainda ficar tudo em aberto, estando  desde já agendado um jantar de trabalho informal dos chefes de Estado e  de Governo da UE para 27 de maio, para análise dos resultados.  

Os grandes candidatos a presidente da Comissão são o luxemburguês Jean-Claude  Juncker, pelo Partido Popular Europeu (atualmente a maior família política,  tanto na assembleia como no Conselho, e que integra PSD e CDS-PP) e o alemão  Martin Schulz, pelos Socialistas Europeus (que inclui o PS).  

Concorrem também ao cargo ocupado nos últimos 10 anos por José Manuel  Durão Barroso o belga Guy Verhofstadt, pelos Liberais, atualmente a terceira  família política, o grego Alexis Tsipras, pelo Grupo da Esquerda Unitária  (onde se encontram as delegações do Bloco de Esquerda e PCP), e o francês  José Bové e a alemã Ska Keller, pelos Verdes.   

A disputa principal mantém-se entre o PPE e os Socialistas, mas com  o "espectro" de uma subida de partidos eurocéticos e extremistas, as sondagens  dão como certo apenas que o PPE não conseguirá manter a hegemonia da assembleia  como aconteceu nas últimas legislaturas, e poderá haver lugar a novas maiorias  nas bancadas dos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo. 

Lusa