Europeias 2014

Ferro Rodrigues pede a Cavaco que antecipe legislativas

O antigo líder do PS Eduardo Ferro Rodrigues defendeu esta segunda-feira que o Presidente da República deve antecipar as eleições legislativas para evitar o "empastelamento político" de um Governo que mostrou, no domingo,  ter perdido prestígio junto dos portugueses.

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"A derrota dos partidos do Governo e portanto das políticas de austeridade  que tem conduzido foi de tal maneira impressionante que o prolongamento  de uma situação de empastelamento político de um ano e meio com um Governo  que não tem o menor prestígio junto da sociedade portuguesa seria muito  mau para Portugal", afirmou em declarações à Lusa. 

Por isso, defendeu, "o Presidente da República deve agir em consonância  com esta situação" e convocar eleições legislativas o mais rapidamente possível.

"Não havendo possibilidade de o Governo fazer uma mudança de 180 graus  das suas políticas - porque estas políticas não têm apenas que ver com a  presença da 'troika', têm a ver com a estratégia e ideologia do PSD e CDS  - a única solução possível é existirem, o mais cedo possível, condições  para os portugueses serem chamados a votar", sustentou ferro Rodrigues.

Segundo o antigo dirigente socialista, se os portugueses foram chamados  agora para eleger um novo Governo, "votarão, de certeza, muitos mais dos  que os que votaram ontem (domingo)". 

Pelo contrário, "se se mantiver o calendário atual, com eleições legislativas  em setembro de 2015 e eleições presidenciais em janeiro ou fevereiro de 2016, vamos ter uma situação muito grave para encontrar uma solução governativa  para o país". 

Para o antigo ministro dos Governos de António Guterres, quanto mais  cedo houver eleições legislativas "mais possível será haver a capacidade  de construir um Governo com uma base política e social mais ampla e que  dê resposta, em Portugal e na Europa, aos problemas que o país tem e em  que tem que ter firmeza no plano europeu". 

O PS foi o partido com mais mandatos nas eleições europeias de domingo  depois de apurados os resultados em todas as 3092 freguesias de Portugal  e em 54 dos 71 consulados, segundo dados da Direção Geral de Administração  Interna (DGAI). 

Os resultados indicam sete deputados (31,45%) para o PS, seis (27,71%)  para a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), dois (12,68%) para a CDU (PCP-PEV),  um (7,15%) para o Partido da Terra (MPT) e outro (4,56%) para a Bloco de  Esquerda, faltando atribuir quatro dos 21 mandatos de Portugal no Parlamento  Europeu, que dependem dos resultados no estrangeiro.

 

Lusa