"Nenhum de nós tem, com as nossas próprias forças, capacidade para eleger um candidato. Isso significa que temos de falar. Eu, como chanceler, comprometo-me a que essas conversações se realizem, não apenas sobre nomes como também sobre conteúdos", disse Merkel, citada por agências internacionais, sobre os resultados das eleições europeias.
A chanceler alemã acrescentou que na reunião informal dos líderes europeus que se realiza na terça-feira em Bruxelas, os 28 vão mandatar o presidente do conselho europeu, Herman Van Rompuy, para abrir conversações com os diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu (PE).
Questionada, Merkel afirmou que o seu candidato à presidência da Comissão Europeia "é Jean-Claude Juncker", mas acrescentou que não decide "sozinha" e que é necessário dialogar.
Sem se referir diretamente ao "terramoto" político desencadeado em França pela vitória da Frente Nacional (extrema-direita), Merkel elogiou o governo socialista francês pelas reformas que empreendeu e, classificando a subida dos eurocéticos em toda a Europa como "lamentável", defendeu a adoção de políticas "de competitividade".
Segundo dados ainda provisórios, o PPE elegeu 214 eurodeputados (menos 59 que na anterior legislatura), e os Socialistas & Democratas (S&D) 189 (menos sete), o que pode significar que terá que haver um entendimento entre as duas grandes famílias políticas do PE.
O próprio candidato do PPE, Jean-Claude Juncker, voltou hoje a reivindicar o seu direito a presidir à Comissão Europeia, admitindo no entanto a necessidade de uma "grande coligação" com os socialistas.
Lusa