Face Oculta

Armando Vara entrega-se na cadeia de Évora

À chegada, o antigo ministro disse que a pena de cinco anos de prisão a que foi condenado é "extremamente injusta" e defendeu, uma vez mais, que é inocente.

Armando Vara (Centro) - (Lusa/Arquivo)
Armando Vara (Centro) - (Lusa/Arquivo)
LUSA

Armando Vara entregou-se esta quarta-feira no Estabelecimento Prisional de Évora, por volta das 16:45, para cumprir os cinco anos de prisão a que foi condenado no âmbito do processo Face Oculta.

"Venho cumprir uma pena injusta porque sou inocente"

Na chegada à cadeia de Évora, Armando Vara revelou aos jornalistas que sentia "uma certa indignação mal contida". O antigo ministro disse que a pena de cinco anos de prisão a que foi condenado é "extremamente injusta" e defendeu, uma vez mais, que é inocente. Vara considerou ainda que este é um "momento difícil".

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O advogado do antigo ministro falou num processo doloroso e num dia que "não é feliz na carreira de um advogado". Tiago Rodrigues recusou-se a falar no processo Marquês, no qual Armando Vara também está envolvido, e defendeu que a condenação no âmbito do caso Face Oculta foi injusta.

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Em entrevista à SIC Notícias, o advogado Miguel Matias criticou “excessos e voyeurismo” no momento de “fragilidade” para Vara. Disse ainda que estas situações também são difíceis para os advogados.

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A juíza titular do processo Face Oculta deu na segunda-feira três dias para o antigo ministro se apresentar num estabelecimento prisional para cumprir a pena.

Armando Vara foi condenado, em setembro de 2014, por três crimes de tráfico de influência. O Tribunal de Aveiro deu como provado que o então vice-presidente do BCP recebeu 25 mil euros e outros 7 mil euros em prendas para favorecer as empresas de Manuel Godinho, um empresário das sucatas de Ovar.

O antigo ministro será o único preso por tráfico de influência das cadeias portuguesas. De acordo com o Público, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais não se encontra ninguém no sistema prisional em cumprimento de pena pelo crime de tráfico de influência.

Perante a condenação, Armando Vara vai perder a condecoração que lhe foi atribuída pela Presidência da República, em 2005. O antigo ministro recebeu a Grã-cruz da Ordem do Infante, das mãos do então Presidente Jorge Sampaio, pelos serviços prestados ao país, na organização do Euro 2004.

A carreira marcada por polémicas

A carreira de Armando Vara dividiu-se sempre entre a política e a banca. Passou pela administração de dois grandes bancos e por dois governos de António Guterres, num percurso sempre marcado por casos e polémicas.

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Os outros processos em que está envolvido

Além do processo Face Oculta, Armando Vara está ainda envolvido na Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates. Vara está acusado de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

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