O ministro da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo e Silva, anunciou na segunda-feira que 63 pessoas foram detidas num mês, durante a operação militar lançada no final de agosto para combater incêndios na Amazónia.
Também foram impostas multas que totalizaram 8,7 milhões de dólares (7,9 milhões de euros) como parte da operação, acrescentou o ministro da Defesa numa conferência de imprensa em Brasília.
Durante o mês de agosto, o Brasil registrou 30.901 focos de incêndios na região da Amazónia, quase o triplo do número registado em agosto de 2018 (10.421), de acordo com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro, citados ao longo da conferência de imprensa.
O ministro da Defesa indicou que de 01 a 22 de setembro o Brasil registou 17.095 incêndios naquela floresta tropical, número abaixo da média para um mês de setembro, que está nos 33.426 focos de incêndio."Mostramos os resultados da operação.
O que foi dito, principalmente no exterior, foi que a Amazónia estava em chamas. Mostramos a realidade, acho que está longe de ser uma Amazónia em chamas", comentou Azevedo, que falou ao lado de uma equipa técnica envolvida na operação do exército.
"A Amazónia é prioridade para as Forças Armadas. Em menos de 15 anos, nós dobramos o efetivo de militares lá de 20 mil para 44 mil. Isso facilitou a nossa capilaridade. Nós estamos nessa região independente das queimadas", acrescentou o ministro.
O governante, no entanto, reconheceu "uma preocupação" em relação a determinadas áreas, particularmente localizadas no centro da região amazónica.
Sob forte pressão internacional, o chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, assinou em 23 de agosto um decreto autorizando o envio de militares para os estados que compõem a Amazónia brasileira, de forma a combater os incêndios.
Esta operação foi estendida na última sexta-feira até 24 de outubro.
O ministro da Defesa disse ainda que, até ao momento, foram levadas a cabo 571 intervenções terrestres e 250 intervenções aéreas contra incêndios naquela região, que abriga a maior biodiversidade do mundo e desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático do planeta.
Bolsonaro foi criticado no Brasil e no exterior pelo aumento do número de incêndios na Amazónia.
A crise deu origem a trocas de palavras entre o mandatário brasileiro e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que chegou a levantar a possibilidade de uma internacionalização da região da Amazónia brasileira.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo.
Possui cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
Lusa