"Um grande homem morreu. Com o pastor Martin Luther King e o arcebispo Desmond Tutu, ele era um grande símbolo da luta contra o apartheid e o racismo, pela igualdade. Assim ficará na memória do mundo e na minha", disse Lech Walesa à agência AFP.
Nobel da Paz em 1983, Walesa recordou que graças a Mandela e ao ex-presidente Frederik Willem de Klerk, a África do Sul teve mudanças relativamente pacíficas e pôs fim às divisões entre as pessoas privilegiadas e as outras", sublinhou o antigo presidente polaco.
"Margaret Thatcher acaba de partir. Antes dela foi o papa João Paulo II e hoje Nelson Mandela. Cada um deles trabalhou para quebrar as divisões na Europa ou nas vidas dos povos. Mais um grande opositor das divisões do século XX morreu", lamentou Lech Walesa.
Símbolo da luta contra o sistema comunista na Europa de Leste, Walesa lamentou nunca ter conhecido Nelson Mandela, embora tivesse estado previsto um encontro entre os dois líderes em 2009, durante uma conferência à margem do campeonato do mundo de futebol na África do Sul.
"As autoridades sul-africanas recusaram convidar uma outra grande personalidade, o Dalai Lama, e então, em comum acordo com Mandela, o arcebispo Tutu e o presidente de Klerk, decidimos solidariamente recusar a participação naquela conferência", recordou.
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, numa comunicação televisiva.
Líder da luta contra o "apartheid", Nelson Mandela foi o primeiro presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.
Lusa