Mandela

Ex-guardas e companheiros de prisão prestam homenagem a Mandela em Robben Island

Antigos guardas e companheiros de prisão de Nelson Mandela renderam-lhe hoje homenagem na Cidade do Cabo, em frente à ilha de Robben Island, onde o antigo Presidente passou 18 dos 27 anos em que esteve detido.

© Stringer . / Reuters

Uma única vela foi acesa à frente das grandes fotografias no pequeno  auditório da "Passagem Nelson Mandela", que é ao mesmo tempo um museu e  o ponto de partida do transporte para a ilha. 

 O antigo guarda Christo Brand, que se tornou, durante os anos de cárcere,  amigo do ilustre prisioneiro, contou perante cerca de 200 pessoas que Mandela  não mudou desde a prisão até à presidência. 

Apesar de triste pelo seu desaparecimento, na passada quinta-feira,  aos 95 anos, Brand mostrou-se aliviado, sublinhando: "sei que morreu em  paz, e foi por isso que ele se bateu toda a vida". 

"Com a sua morte, houve uma nova reconciliação entre os sul-africanos.  Somos de novo uma comunidade para o mundo. Agora precisamos de continuar  o seu legado", declarou, por seu turno, Lionel Davis, também um antigo prisioneiro  de Robben Island. 

Para Davis, é "dever, enquanto sul-africanos, fazer viver o legado de  Mandela, quebrando as barreiras que ainda separam" os sul-africanos. 

No exterior, anónimos escreveram as suas condolências nos registos para  esse fim, depondo coroas de flores e tirando fotografias diante do busto  do ícone da reconciliação sul-africana. 

"Tocou-nos a todos, respondeu ao ódio com o amor", disse Lars Dahl,  um turista norueguês, de 62 anos, que assistiu à pequena cerimónia com os  filhos. 

Dezenas de milhares de vozes juntaram-se hoje para cantar de forma emocionada  o hino nacional da África do Sul no início das cerimónias fúnebres de Nelson  Mandela, juntando cidadãos e chefes de Estado, membros da realeza e líderes  religiosos. 

As cerimónias que decorrem no estádio Cidade do Futebol, no Soweto,  Joanesburgo, juntam quase 100 chefes de Estado, membros da realeza, líderes  políticos, que partilham a chuva que cai no mesmo local onde o chamado 'pai  da Nação' fez a sua última aparição pública, durante o Campeonato do Mundo  de Futebol de 2010. 

A morte de Mandela foi anunciada na quinta-feira pelo Presidente sul-africano,  Jacon Zuma. 

Depois do último adeus em Joanesburgo, o corpo de Mandela vai estar  exposto durante três dias na vizinha Pretória, a capital, antes de, no domingo,  ser finalmente sepultado nunca campa modesta, junto dos mortos da sua família,  em Qunu, a sua terra natal, na província do Cabo Oriental.