Mandela

Mandela deixa herança de 3 milhões de euros

O ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela  deixou parte da sua herança, avaliada em mais de 3 milhões de euros (4,1 milhões de dólares), para a  viúva Graça Machel, os membros da família, escolas e o Congresso Nacional  Africano (ANC), partido no poder. 

(AP/Arquivo)
Ben Curtis

No dia em que um tribunal sul-africano divulgou o testamento de Nelson  Mandela, advogados disseram que a esposa, a moçambicana Graça Machel, terá  direito a metade dos bens, mas pode optar por receber apenas ativos especificados,  incluindo quatro propriedades em Moçambique. 

Os direitos dos seus livros e outros projetos, bem como a sua residência  na cidade sul-africana de Joanesburgo, Mthatha, no Cabo Oriental, que possui  três dos museus de Nelson Mandela, e na aldeia de Qunu, onde passou a infância,  ficarão para membros de confiança da família.  

A casa em Houghton, em Joanesburgo, onde Mandela morreu a 05 de dezembro,  será utilizada pela família do seu falecido filho Makgatho Lewanika Mandela,  um lugar que o antigo Presidente da África do Sul deseja que servisse "de  encontro da família Mandela, a fim de manter a sua unidade por muito tempo"  após a sua morte, indica o testamento. 

O projeto Crianças de Mandela vão receber, cada uma, o correspondente  a 300 mil dólares em empréstimo, durante toda a vida, e terá a dívida cancelada  se não puder pagar. 

Nelson Mandela atribuiu cerca de 4.500 dólares a cada um dos membros  da equipa, à sua assistente particular de longa data, tida como "neta honorária"  Zelda la Grange, e deixou também 90 mil dólares para o Instituto Mandela,  pertencente à Universidade de Witwatersrand, onde estudou Direito, e a Escola  de Direito Nelson Mandela, da Universidade Fort Hare, e a mesma quantia  para três outras escolas. 

O Congresso Nacional Africano, que Mandela levou à vitória nas primeiras  eleições democráticas em 1994, irá receber uma parte dos seus direitos de  autor. 

O testamento foi escrito pela primeira vez em 2004 e alterado em 2008.

Mesmo antes da morte de Nelson Mandela, a família disputou a herança  do ícone de luta contra o "apartheid", o regime de segregação racial. 

Com Lusa