"Ainda existe uma esperança e vamos tentar agarrá-la para passar à segunda fase do Mundial", assinalou Pepe, em conferência de imprensa no Estádio Nacional, em Brasília, palco do encontro de quinta-feira com o Gana, da terceira e última jornada do Grupo G da fase final.
Pepe defendeu que a FIFA não considerou agressão a sua cabeçada no avançado alemão Thomas Mller, justificando essa tese com o facto de ter sido suspenso por apenas um jogo, mas admitiu que deixou a equipa lusa numa "situação complicada e logo num jogo tão importante", do qual Portugal saiu goleado por 4-0.
O central Ricardo Costa substituiu o habitual titular no encontro de domingo, com os Estados Unidos (2-2), e cotou-se mesmo como um dos melhores jogadores da equipa das "quinas", mas Pepe manifestou-se preparado para regressar ao eixo da defesa no decisivo embate com a seleção africana.
"Vou treinar para me preparar para estar no jogo de amanhã (quinta-feira). Caso esteja, vou dar o meu melhor para ajudar Portugal, como sempre fiz. Sei que na seleção há jogadores com qualidade, que podem jogar bem como o Ricardo Costa fez com os Estados Unidos", notou.
O defesa-central, de 31 anos, reconheceu que a seleção lusa está em posição muito delicada na corrida por um lugar na segunda fase do torneio, mas recusou-se a atirar a toalha ao tapete: "Acredito que é possível. Sabemos que é difícil, mas temos de lutar e é isso que vamos fazer até ao fim com as armas que temos".
Para conquistar o apuramento para os oitavos de final, Portugal precisa não só de golear a seleção africana, como de esperar que o resultado do outro jogo do Grupo G, entre a líder Alemanha e os Estados Unidos, segundos colocados, não se salde por uma igualdade.
"Sabemos quais as nossas capacidades e sabemos que não deveríamos estar nesta situação com os jogadores que temos", reconheceu o jogador do Real Madrid, a quem "não passa pela cabeça" que a seleção alemã e norte-americana protagonizem um empate de conveniência, pois é preciso "respeitar a magia do futebol".
Pepe quer apenas "honrar a camisola de Portugal", ganhar ao Gana e "depois ver que se passou" no outro jogo do grupo, garantindo que ainda não está disposto a despedir-se da seleção de um país que lhe "deu tudo" e perante o qual se sente "em dívida".
"Não vou abdicar da seleção e `mandar carta' como alguns jogadores já fizeram. Quando o presidente ou o treinador entenderem sairei de cabeça erguida", disse.
O primeiro encontro entre as seleções de futebol de Portugal e do Gana realiza-se na quinta-feira, no Estádio Nacional, em Brasília, com início às 13:00 (17:00 em Lisboa) e será dirigido pelo árbitro do Bahrain Nawaf Shukralla.
Lusa
