Orçamento do Estado 2014

Passos Coelho reúne-se hoje com parceiros sociais

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reúne-se hoje com os parceiros sociais para discutir, de uma forma inédita, na Comissão Permanente da Concertação Social, a proposta de Orçamento do Estado para 2014.

(Lusa/Arquivo)
MIGUEL A. LOPES

"Será uma reunião inédita, nunca aconteceu, normalmente o Conselho Económico  e Social dá um parecer, que já foi feito, mas não tenho ideia de alguma  vez o primeiro-ministro ter-se deslocado ao conselho permanente para discutir  o Orçamento do Estado. Essa reunião é feita por iniciativa do próprio primeiro-ministro",  disse o presidente do CES, Silva Peneda, na segunda-feira no final de uma  audição parlamentar. 

O responsável anunciou a realização desta reunião no sábado, à margem  do Congresso para o Crescimento Sustentável, que decorreu no Instituto Superior  de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) mostrando-se "muito satisfeito"  com o facto. 

De acordo com a informação divulgada no 'site' do Conselho Económico  e Social (CES), a reunião decorrerá a partir das 10:15, em Lisboa.  

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, considerou na terça-feira,  numa reação a esta decisão de Passos Coelho, que o primeiro-ministro pretende  transformar a concertação social na antiga câmara corporativa do Estado  Novo e manifestou-se sem expectativas em relação à reunião de hoje. 

"A proposta de Orçamento do Estado para 2014 tem é de ser discutida  na Assembleia da República, porque é esse o espaço adequado. A sensação  que temos é que o primeiro-ministro está a procurar iludir os portugueses,  fazendo da concertação social a reposição da câmara das corporações", consideoru  Arménio Carlos. 

O dirigente máximo da CGTP-IN disse que o primeiro-ministro "chama os  parceiros sociais não para discutir ou negociar, porque se estivesse interessado  em discutir e negociar já o tinha feito, nomeadamente com os sindicatos  da administração pública e do setor empresarial do Estado". 

Durante a reunião, a CGTP-IN dará a sua opinião sobre o Orçamento e  apresentará ao primeiro-ministro as suas alternativas "para a política de  rendimentos, para as funções sociais do Estado e para a política fiscal",  revelou Arménio Carlos. 

Sensivelmente à mesma hora da reunião entre os parceiros sociais e Passos  Coelho, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque estará presente  na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, naquela que  será a última audição no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento  do Estado para 2014.