Orçamento do Estado 2014

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Parlamento vota hoje segundo orçamento retificativo do ano

A Assembleia da República deve aprovar hoje o segundo orçamento retificativo de 2014, que revê o cenário macroeconómico  para este ano para acomodar os 'chumbos' do Tribunal Constitucional em maio,  apesar dos votos contra da oposição. Acompanhe em direto na SIC Notícias as declarações políticas antes da votação final global.

(Arquivo Lusa)
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Na semana passada os partidos que sustentam o Governo (PSD/CDS-PP) aprovaram  sozinhos o orçamento retificativo na generalidade, com a totalidade dos  partidos da oposição (PS, PCP, BE e PEV) a votarem contra o documento. 

Entre as principais críticas ao documento está a possibilidade de o  défice orçamental alcançar os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano,  ao incluir o total de medidas extraordinárias, como a recapitalização do  Novo Banco, conforme estima a Unidade Técnica de Apoio Orçamental.  

No entanto, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, continua  a garantir o cumprimento de um défice de 4% do PIB, afirmando que essas  operações não serão tidas em conta para a meta.  

A governante assegura ainda que "não serão os contribuintes a pagar" a resolução do BES.  

Outra das críticas é a revisão em baixa da previsão de redução do défice  estrutural dos 0,7% (previstos no Documento de Estratégia Orçamental) para  os 0,5% do PIB. Na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração  Pública, o secretário de Estado do Orçamento, Hélder Reis, justificou esta  redução em baixa com a necessidade de compensar o aumento da despesa (devido  às decisões do Tribunal Constitucional) e com os "benefícios da atividade  económica". 

O orçamento retificativo diminui a taxa de desemprego para 14,2% e reduz  o crescimento económico para 1%, em comparação com as previsões mais recentes  do Governo, definidas em abril no Documento de Estratégia Orçamental, que  davam conta de uma taxa de desemprego de 15,4% e de um crescimento de 1,2%  do PIB este ano.  

Já comparando com o OE2014, apresentado em outubro do ano passado, a  taxa de desemprego no retificativo é revista em baixa (de 17,7% para 14,2%),  mas o crescimento económico é revisto em alta (de 0,8% para 1%). É destas  revisões que resultam os impactos positivos para a execução orçamental,  com a melhoria na receita fiscal e no saldo da Segurança Social de 0,7%  e 0,3% do PIB, respetivamente, face ao orçamento inicial. 

A revisão macroeconómica feita agora pelo Governo vai acomodar o 'chumbo'  do Tribunal Constitucional a três normas do Orçamento de Estado para 2014,  com impacto de 860 milhões de euros: os cortes salariais acima dos 675 euros,  a alteração ao cálculo das pensões de sobrevivência e a aplicação de taxas  de 5% sobre o subsídio de doença e de 6% sobre o subsídio de desemprego.

  Lusa