Operação Miríade

Operação Miríade: "Acabada uma missão, voltam a ganhar 600€, para um soldado é grande tentação"

O Major-General Raúl Cunha condena as alegadas ilegalidades e considera que a denúncia dentro das Forças Armadas é um "sinal de que o sistema funciona".

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O Major-General Raúl Cunha, ex-Comandante das Forças Especiais Militares em seis missões internacionais, ex-Conselheiro Militar e ex-Juiz Militar, partilha que existem controlos alfandegários, embora, por vezes, não intensivos, valoriza o ato de denúncia por parte das próprias Forças Armadas e considera que nem todos os envolvidos poderiam ter noção da gravidade do ato.

Começa por referir que existe controlo alfandegários das missões das Forças Armadas Portuguesas, no entanto, considera que pode não ser positivo revistar os bens de membros "que estejam há seis meses no terreno".

Continua, referindo que existe um "apertar" do controlo após da denúncia que deu origem à Operação Miríade, e que, antes, apenas quando havia suspeita de ilegalidades se levaria a um aumento do mesmo controlo.

Raúl Silva diz, também, que "talvez alguns não têm noção da gravidade" dos atos que cometeram.

"Em missão, ganham 100€, 150€ por dia. Acabada a missão, voltam a ganhar 600€, e para um soldado, é uma tentação grande", continua.

Sobre a possibilidade de infiltrações por gangues nos Comandos, refere que não acredita nessa possibilidade, dada, também, a dificuldade em aceder à posição.

O Major-General Raúl Silva valoriza a denúncia pelos próprios membros das Forças Armadas, o que para si prova que "ainda prevalece a lei".

Por fim, relembra que, em caso de condenação, os acusados perderão o título de Comandos, sublinhando que "não está manchada a imagem" das Forças Armadas.