O acesso, ou não, do Presidente da República a informações militares sensíveis atravessa o caso Tancos, volta com Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que não sabia que estava em marcha a substituição do chefe da Armada e teve agora um novo capítulo com o ministro João Gomes Cravinho no centro da polémica.
A relação de desencontro entre Marcelo Rebelo de Sousa e os ministros da Defesa repete-se.
É a segunda vez, em mês e meio, que o Presidente da República vem a público afirmar que desconhece o que se passa nas Forças Armadas.
Nessa altura, foi a fuga de uma notícia a contar que estava em marcha a nomeação de Gouveia e Melo para substituir Mendes Calado como Chefe de Estado-Maior da Armada.
De forma ruidosa, Marcelo Rebelo de Sousa obrigou João Gomes Cravinho a ir com António Costa a Belém dar explicações depois de não lhe ter chegado a informação sobre a troca de nome fora do calendário combinado.
O primeiro tiro
O primeiro desencontro com os ministros da Defesa de António Costa vem dos tempos em que Carlos Azeredo ocupava o cargo, de que foi obrigado a demitir-se por suspeitas de que estava a par do encobrimento da devolução das armas roubadas no paiol de Tancos.
O processo ainda se arrasta nos tribunais e, nas alegações finais, o Ministério Público pediu a absolvição do ex-ministro por falta de provas de que soubesse do encobrimento.
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