Última atualização às 10:38
Luís Cunha Ribeiro será o principal suspeito num processo que investiga esquemas de corrupção ligados ao negócio do sangue e derivados de sangue.
Polícia Judiciária e Ministério Público estão nesta altura a fazer mais de 30 buscas a casas e empresas, além de organismos públicos como o INEM, a ARS e o Ministério da Saúde, em Lisboa, ou o Hospital de S. João, no Porto.
A empresa Octopharma também foi alvo de buscas.
Em comunicado, a Procuradoria Geral da República confirma que "quatro destas buscas decorrem em instituições e estabelecimentos oficiais relacionados com a área da saúde, incluindo no Ministério da Saúde e no INEM. Duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados."
Há também duas buscas a decorrer "em território suíço".
A PGR adianta que foi "efetuada uma detenção", sem confirmar a identidade.
Em causa estará o alegado favorecimento de empresas nos contratos com o Estado, na área da saúde. Os alegados crimes terão rendido, pelo menos, 100 milhões de euros.
O comunicado explica que a investigação foca "suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inactivado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Entre 1999 e 2015, "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro".