As autoridades portuguesas esperaram 20 dias para ouvir Lalanda e Castro. Desde que chegou ao aeródromo de Tires num avião da farmacêutica suíça, a 23 de dezembro, o ex-administrador da Octapharma foi constituído arguido pela Polícia Judiciária. Voltou para a casa de Lisboa com termo de identidade e residência.
Foi notificado para ser ouvido esta quarta-feira pelo juiz de instrução criminal, que poderá agravar a medida de coação aplicada.
Na operação O Negativo é suspeito de ser o corruptor ativo de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e ex-diretor da ARS Lisboa e Vale do Tejo, preso preventivo desde 17 de dezembro por haver indícios de ter beneficiado a Octapharma no fornecimento de plasma inativado e derivados do sangue ao Serviço Nacional de Saúde.
Lalanda e Castro, sobre quem recaiem dois mandados de detenção, um europeu e outro internacional, foi libertado por um juiz alemão depois de detido pela Judiciária e pelas autoridades alemãs.
Saiu em liberdade quase uma semana depois da detenção, ocorrida durante uma reunião na Octapharma, em Heidelberg, encontro onde apresentou a demissão da multinacional suíça.
Segundo a defesa de Lalanda e Castro, o magistrado entendeu não haver justificação para deter quem se mostrava colaborante com a justiça.